Projeto que obriga pais a comparecerem às escolas será votado em breve no Senado

educacao_12Marcando presença – A Comissão de Educação (CE) do Senado Federal adiou para a próxima semana a votação do projeto de lei do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que torna obrigatória a presença dos pais ou responsáveis nas escolas, pelo menos uma vez a cada dois meses, para acompanhar o desempenho dos alunos. Segundo o projeto, o comparecimento pode se dar com a participação em reuniões de pais e mestres ou diálogo individual com os professores, sempre atestados pela direção da instituição de ensino.

O parecer do relator senador Fernando Bezerra (PSB-PE) é pela aprovação, mas no final da discussão da matéria, em reunião da CE na manhã de hoje (11/8), houve pedido de vista coletivo, ou seja, os senadores da comissão pediram mais tempo para analisar a proposta.

O senador Cristovam fez um paralelo da sua proposta com a obrigatoriedade do voto no país. “Se o voto é obrigatório, como eu defendo por uma questão pedagógica para o fortalecimento da democracia, porque então não se obriga os pais e responsáveis a ir à escola? O voto é uma coisa importante, mas ir à escola do filho é até mais importante ainda”, disse.

O projeto prevê que o Estado ocupe um papel ativo na busca da participação das famílias. Por outro lado, concorda com a Constituição quando esta afirma que a educação é direito de todos e dever “do Estado e da família”. – Desse modo, esses dois polos devem atuar de forma coordenada para promover a educação, cabendo, a cada um deles, direitos e obrigações – diz o relator.

O não cumprimento da norma poderá acarretar penalidades para os pais ou responsáveis, tais como: a proibição de inscrição em concurso para cargo ou função pública, participar de concorrências públicas, obter empréstimos em bancos ou caixas econômicas federais ou estaduais, obter passaporte e carteira de identidade e renovar matrícula em escola pública ou privada.

Sem dúvida o projeto de Cristovam Buarque é de suma importância, mas será inócuo se o Estado, como um todo, não reconhecer que é preciso investir cada vez mais na educação.

Como disse certa feita o brilhante Monteiro Lobato, “uma nação se faz com homens e livros”, ou seja, o conhecimento e a cultura são os alicerces do desenvolvimento de uma sociedade. Sabem os leitores que regimes totalitaristas, mesmo os disfarçados como o de Dilma Rousseff, enxergam na ignorância da população uma senha para a permanência no poder.

Fosse a população brasileira minimamente instruída, como acontece em países desenvolvidos, por certo o Brasil já teria se livrado da quadrilha que se instalou no Palácio do Planalto, saqueou os cofres públicos e vilipendiou a dignidade do cidadão. Ainda é tempo para uma radical mudança, que deve começar por mais investimentos na educação.

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