Pedaladas: TCU deve adiar julgamento das contas de Dilma e dar mais tempo ao governo

pedalada_fiscal_03Tudo combinado – Nesta quarta-feira (12), os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) devem se reunir para analisar o cronograma do julgamento das contas da presidente Dilma Rousseff referente ao exercício de 2014. Parte dos ministros defende que haja mais tempo para a análise das chamadas “pedaladas fiscais”, movimento que decorre da pressão exercida pelo PMDB do Senado sobre os julgadores.

O provável adiamento daria fôlego à petista para se rearticular no Congresso Nacional, visto que, para o Palácio do Planalto, a votação imediata das contas de 2014 seria um desastre, deixando a presidente refém do presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Assim, uma proposta de cronograma colocada sobre a mesa dividiria a análise das contas em três etapas. A cargo do ministro Vital do Rêgo, o processo que avalia se ocorreram manobras fiscais seria apreciado pelo plenário da corte no dia 26 de agosto. E, o processo que irá definir quem é o responsável no governo pelas “pedaladas fiscais”, pode ser julgado apenas no início do mês que vem.

Caberá ao relator do processo indicar se Dilma foi ou não responsável pelas manobras fiscais ou se a responsabilidade é de gestores de escalões inferiores, como o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o ex-secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.

Com base nesse cronograma, somente depois de esses dois processos serem analisados pelo plenário do TCU é que as contas de Dilma de 2014 seriam submetidas à análise dos ministros da Corte técnica. Há ainda a possibilidade de o ministro Augusto Nardes pedir mais explicações à União, concedendo novo prazo, o que adiaria o julgamento final, possivelmente para setembro.

Os ministros do TCU afirmam que estão impressionados com a pressão política diante do julgamento pelo TCU desta matéria. Já o Palácio do Planalto espera a reversão de alguns votos no TCU depois que Dilma iniciou uma aproximação com Renan Calheiros. O presidente do Senado é próximo de três ministros da corte de fiscalização. (Danielle Cabral Távora)

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