Líderes dos protestos contra o governo pressionarão TCU por impeachment de Dilma Rousseff

dilma_rousseff_534Pressão total – O “Vem Pra Rua” e o “Movimento Brasil Livre” (MBL), dois dos principais movimentos que organizaram os protestos do último domingo (16) contra a presidente Dilma Rousseff, decidiram que as próximas manifestações serão focadas na questão do julgamento das contas de 2014 do governo petista.

Ambos os movimentos realizarão atos em Brasília em frente ao Tribunal de Contas da União (TCU) – que analisa o balanço contábil do governo Dilma. Também protestarão em frente à residência do presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), que deve ser o responsável por conduzir a votação das contas de Dilma no Congresso Nacional.

Na última semana, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu, em caráter liminar, que as contas de Dilma precisam ser votadas por sessão conjunta – formada por deputados e senadores, não separadamente pelas Casas Legislativas. Esta decisão tirou poder do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vinha ditando o ritmo do processo de apreciação do balanço contábil de Dilma.

Desta forma, uma eventual votação pelos parlamentares das contas deveria ser conduzida por Renan, que já foi alvo dos protestos no domingo por ter se aproximado do Palácio do Planalto e ter feito gestos políticos que têm ajudado Dilma a sair do sufoco.

“Nossos próximos atos, que não serão em massa, estarão focados na questão do julgamento das pedaladas fiscais e demais irregularidades nas contas da Dilma pelo TCU. Não temos data ainda. Vamos começar a decidir isso hoje [segunda-feira]”, revelou um dos líderes do “Vem Pra Rua”, o empresário Rogério Chequer. “É necessário que a campanha de Dilma também seja investigada”.

Sobre as manifestações do último domingo, na avaliação dos movimentos, os grupos que organizam os atos conseguiram alinhar os discursos uns com os outros. “Não foi a menor manifestação, nem a maior. Mas foi a melhor, pela unificação do discurso dos movimentos e pela maior politização dos manifestantes”, ressaltou Renan Haas Santos, um dos porta-vozes do MBL.

Chequer atribuiu a uniformização dos discursos ao levantamento das insatisfações feito pelos movimentos. “Foi interessante ver que o coro estava mais uniforme de norte a sul do Brasil. O que se ouviu foram as mesmas coisas: impeachment [de Dilma], apoio a investigações [em relação à Operação Lava Jato] e o repúdio ao retorno de Lula”, afirmou Chequer. “É resultado de levantamento de quais são as insatisfações”, completou.

O empresário disse ainda discordar do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que escreveu, na segunda-feira (17), no Facebook, que uma eventual renúncia de Dilma seria um “gesto de grandeza” da petista.

“O problema da renúncia é que a gente depende única e exclusivamente de Dilma, que não tem tomado as melhores decisões ultimamente. O impeachment não acaba dependendo dela. Acontece que o país vai sofrer muito pelo tempo que isso pode demorar”, disse Chequer. “Ainda sinto falta de mensagem mais alinhada vindo do PSDB”, finalizou. (Danielle Cabral Távora)

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