CPI da Petrobras: Odebrecht fica calado diante de parlamentares e diz não ter o que “dedurar”

marcelo_odebrecht_13Mudez de conveniência – Acusado de participação no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história, e preso na esteira da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, o presidente licenciado do grupo Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, disse à CPI da Petrobras que não tem o que revelar.

Alegando questões processuais para justificar seu silêncio, Odebrecht disse aos integrantes da CPI, que foram a Curitiba para ouvi-lo: “Infelizmente estou engessado. Estou amarrado pela questão do processo penal”. Mesmo assim, Marcelo Odebrecht respondeu a algumas perguntas formuladas pelos integrantes da CPI.

Questionado pelos parlamentares sobre a possibilidade de fazer um acordo de delação premiada no âmbito da Lava-Jato, Marcelo Odebrecht disse que não tem o que “dedurar. “Meu legado tem valores, inclusive morais, dos quais eu nunca abrirei mão. Eu diria que, entre esses valores, eu, desde criança, quando lá em casa minhas meninas tinham uma discussão. Uma dizia: quem fez isso? Eu diria o seguinte. Eu talvez brigasse mais com quem dedurou do que aquele que fez o fato”, afirmou. “Para alguém dedurar ele precisa ter o que dedurar. Isso não ocorre aqui”, declarou.

Diferentemente do que afirmou o presidente do grupo Odebrecht, seu pai, Emílio Odebrecht, teria feito, nos bastidores, uma grave ameaça ao governo petista logo após a prisão do filho pela Polícia Federal. Indignado com o ocorrido, Emílio Odebrecht, segundo a revista Veja, teria dito que o governo de Dilma Rousseff não funcionaria na segunda-feira posterior à ameaça. Ou seja, não apenas Marcelo Odebrecht tem muito a revelar, mas toda a cúpula do grupo empresarial.

Um relatório da PF sobre o mandado de busca e apreensão cumprido na casa de Marcelo Odebrecht mostra que o presidente do grupo familiar tem muito a revelar, assim como deixa claro que em um país minimamente sério o ex-presidente Lula já estaria preso por conta do conteúdo das mensagens encontradas nos celulares do empreiteiro flagrado no Petrolão.

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