Ação de Lula contra historiador é ato desesperado de alguém que dia após dia morre politicamente

lula_383Face lenhosa – Responsável maior pela grave crise em que o País se encontra, Luiz Inácio da Silva, o lobista de empreiteira, decidiu adotar o perfil de vítima na tentativa de salvar o pouco de credibilidade que lhe resta junto à parcela desavisada da população. Lula, que não aceita o contraditório e muito menos admite ser culpado pelo desastre político-administrativo que colocou o Brasil à beira do despenhadeiro, decidiu ingressar com queixa-crime contra o historiador Marco Antonio Villa, por conta de ‘afirmações caluniosas proferidas na edição de 20 de julho do Jornal da Cultura 2ª edição, onde é parte do elenco fixo de comentaristas’.

De acordo com o Instituto Lula, que nos últimos tempos foi usado pelo petista para camuflar o recebimento de propina por meio de palestras, a ação tem como base ‘apenas um dos recorrentes comentários caluniosos que o professor da Unesp (Universidade do Estadual Paulista) repete contra o ex-presidente no jornal noturno da TV pública do governo do Estado de São Paulo’.

De acordo com a ação protocolada na Justiça paulista, Villa disse que o ex-presidente “mente, mente”, que é culpado de “tráfico de influência internacional, sim”, além de “réu oculto do Mensalão”, “chefe do Petrolão”, “chefe da quadrilha” e teria organizado “todo o esquema de corrupção”.

Os advogados do ex-presidente têm o direito de fazer alegações variadas, desde que não sejam estapafúrdias, mas, na opinião do UCHO.INFO, a queixa-crime perde o objeto porque, à época do escândalo do Mensalão do PT, hoje um crime menor diante do Petrolão, Lula foi à televisão e pediu desculpas aos brasileiros pelo ocorrido. Tempos depois, o atual ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, em entrevista ás “páginas amarelas” da revista Veja, afirmou que o PT precisava reconhecer a existência do Mensalão.

Em relação ao Petrolão, o maior esquema de corrupção da história moderna, Lula não pode rejeitar o título de “chefe” da roubalheira que derreteu os cofres da Petrobras, pois o finado José Janene, então deputado federal Partido Progressista, jamais escondeu que o ex-metalúrgico sabia do esquema criminoso e autorizou a sua instalação como forma de substituir o Mensalão do PT. Cenário que continuou lhe proporcionando apoio inusitado e maciço no Congresso Nacional.

No tocante à acusação de ser o “chefe da quadrilha”, Lula não pode negar, pois quem está no comando de um governo escandalosamente corrupto sabe das consequências, uma vez que não é possível imaginar em agarrar-se aos bônus sem se preocupar com o ônus. As combinações criminosas na seara do Petrolão aconteciam no palácio do Planalto, inclusive no gabinete presidencial, portanto o lobista de empreiteira não pode se mostrar indignado com o comentário do historiador, cujas palavras contam com o apoio da extensa maioria da população brasileira.

Em relação ao fato de ser o organizador do esquema de corrupção que colocou o Brasil de pernas para o ar, Lula não tem como negar a acusação, já que os brasileiros, em todos os rincões do País, sempre souberam da bandalheira que emergia do Palácio do Planalto, inclusive com direito a denúncias seguidas por parte da imprensa. Ademais, quando o editor do site, um dos denunciantes do esquema de corrupção batizado como Petrolão, levou os fatos ao Ministério Público Federal, deixou claro que Lula era no mínimo conivente.

No que se refere à acusação de “tráfico de influência internacional”, o agora lobista da Odebrecht também não tem como alegar inocência. O lobby foi reconhecido pelo próprio Lula, o que por si só confirma os comentários de Marco Antonio Villa. Sem contar que Lula é investigado em Portugal por possíveis ligações com o ex-primeiro ministro José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa, preso desde novembro de 2014, no rastro da Operação Marquês, sob a acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude fiscal.

Ainda segundo a ação, “o historiador deixou claro ainda que ‘quem está dizendo sou eu, Marco Antonio Villa’, embora não tenha apresentado sequer uma evidência das graves acusações que fez”. E o texto dos advogados vai além: “Todas essas afirmações do historiador não condizem com a verdade e por isso a Justiça foi acionada contra o historiador e comentarista político.”

“Essas afirmações foram emitidas sem qualquer elemento que pudesse respaldá-las”, destaca a queixa-crime. “Nesse contexto, verifica-se que o querelado (Villa) passou longe de qualquer comentário jornalístico ou do dever de informar, e promoveu descabidos e rasteiros juízos de valor sobre o querelante (Lula) e, ainda, fez afirmações mentirosas sobre sua trajetória política, conduta e identidade.”

Lula gostaria que mentirosos fossem os comentários de Marco Antonio Villa, mas sabe, no íntimo, que o historiador está a relatar de forma contundente a história como ela foi e é de fato. Negar essas acusações é um direito do ex-presidente, que luta desesperadamente para não ver seu capital político evaporar, mas Villa apenas traduz o pensamento de dezenas de milhões de brasileiros que não mais suportam o estado de coisas atual.

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