Conta que não fecha – O prejuízo que terá o Tesouro Nacional em 2016, por conta de repasses de recursos feitos até o momento para o BNDES, foi alvo das críticas do deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), durante oitiva de dois diretores do banco, ocorrida na terça-feira (22), durante sessão da CPI que funciona na Câmara para investigar o banco federal de fomento.
O parlamentar fez referência à perda que o País terá nas contas públicas por ter usado o Tesouro para injetar dinheiro no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De acordo com reportagem do jornal “Valor Econômico”, o prejuízo pode chegar a R$ 38 bilhões em 2016, valor superior ao déficit (R$ 30,5 bilhões) previsto pelo governo petista de Dilma Rousseff para o Orçamento de 2016.
De acordo com o jornal, o Tesouro Nacional vende papéis que são remunerados em até 14% ao ano, recebendo do BNDES, em contrapartida, juro de 6,ao ano 5% pelos aportes feitos na instituição financeira. Essa diferença bilionária provocou o rombo nas contas públicas.
“Como é que vossa senhoria analisa a perda bilionária que terá o Tesouro após injetar dinheiro no banco que, depois, empresta estes recursos de forma subsidiada a empresas pré-selecionadas pelo governo federal?”, perguntou o parlamentar a um dos diretores.
Sem resposta crível para seu questionamento, o deputado Betinho Gomes acrescentou: “Este prejuízo é maior que o déficit apresentado pelo Governo da senhora Dilma Rousseff na peça orçamentária enviada recentemente para este Congresso Nacional. Também é maior que o dinheiro destinado para o programa Bolsa Família”, comparou o parlamentar.
Para Betinho deputado tucano, não vale a pena o Tesouro Nacional se descapitalizar, ao ponto de atingir a Meta Fiscal do País, para fomentar um banco que concede crédito barato para clientes “privilegiados”, como, por exemplo, o grupo empresarial de Eike Batista, que está falido e é alvo de diversas ações do banco para recuperar o dinheiro emprestado.
O deputado do PSDB criticou o banco por empréstimos concedidos a empresas que depois quebraram. “Minha compreensão é de que há prejuízos ao BNDES porque o banco na medida em que faz empréstimo tem por objetivo gerar empregos e riquezas, mas se faz um financiamento numa operação fracassada, como no caso do grupo EBX, evidentemente o país saiu perdendo”, avaliou.
