Programa do PMDB zomba dos brasileiros de bem e mostra que partido aposta na queda de Dilma

michel_temer_39Picadeiro oficial – Quem desembarcou no Brasil pela primeira vez na noite de quinta-feira (24) e se deparou com o programa do PMDB, com duração de dez cansativos minutos, por certo concluiu que o partido é uma reunião de bem intencionados monges, tamanha foi a desfaçatez dos protagonistas do filmete partidário.

Sob o comando de Michel Temer, a raposa-mor do PMDB, vários políticos desfilaram pelo programa, que teve como cerne criticar de forma inominada e disfarçada o desgoverno de Dilma Vana Rousseff, que está cada vez mais dependente da legenda que lidera a chamada base aliada.

No programa peemedebista, a apresentadora, que usa a beleza clássica e a boa dicção para tentar convencer, diz, após surgir em meio à escuridão: “O Brasil enfrenta uma grave econômica que já resulta em recessão e desemprego, e uma crise política que retarda uma mudança desse cenário. Os efeitos dessa combinação: uma sociedade angustiada à espera de soluções, cansada de sempre pagar a conta e pessimista diante do nós que não se desfaz. É hora de deixar estrelismos de lado, de virar o jogo e reunificar os sonhos”.

Exibindo no programa vários políticos profissionais, alguns deles investigados na Operação Lava-Jato e outros escândalos de corrupção, o PMDB escolheu como mote a “reunificação dos sonhos”, como se o partido não fosse cúmplice do pesadelo que atormenta o cotidiano dos brasileiros. Corresponsável pela tragédia que toma conta da economia e liderando a instabilidade política que chacoalha o governo, o PMDB abusa do autismo ao fingir que o atual estado de coisas não é fruto da conivência criminosa da legenda com o governo bandoleiro do PT.

O PMDB invadiu os lares brasileiros com doses de falso bom-mocismo no momento em que coloca a incompetente Dilma Rousseff contra a parede para conseguir mais cargos no primeiro escalão da máquina federal, como se o Brasil precisasse desse comportamento típico de organizações mafiosas. Não está o UCHO.INFO a defender Dilma Rousseff, que, como diz o ex-ministro Delfim Netto, é “burra e estabanada”, mas de cobrar aquilo que o País tem direito: dignidade e prosperidade.

O não entendimento com Dilma no âmbito da reforma administrativa é prova maior de que o PMDB está apostando no “quanto pior, melhor”, pois só assim o partido conseguirá chegar ao comando do governo central, sem jamais ter conseguido um voto sequer nas urnas para tanto.

O texto do programa, que embalou um punhado de políticos que não mais convencem, fala em “nó que não se desfaz” e “deixar o estrelismo de lado”. Ou seja, de forma metafórica o PMDB atacou o partido do governo e a própria presidente da República, que, apesar da crise desenfreada, continua acreditando ser a versão de saias de Aladim, o gênio da lâmpada maravilhosa.

Ao longo do filme nauseante que provocou asco, Michel Temer fala em “determinação e retidão”, como se a inclusão do seu nome na Operação Castelo de Areia, que investigou esquema de propinas na Camargo Corrêa, fosse algo normal e sem importância.

Na alça de mira da Operação Lava-Jato, os senadores Romero Jucá, Renan Calheiros e Valdir Raupp, além do deputado Eduardo Cunha, participaram do programa que foi uma bofetada na cara da sociedade, que não mais suporta a roubalheira, o atraso e o desmando oficial. Do alto da sua conhecida desfaçatez, Renan Calheiros ousou falar em defesa dos interesses do País, como se ele e seu partido não agissem com base nos próprios interesses, algo que marca a imunda política brasileira.

Ministro do Turismo, prêmio de consolação recebido após ser derrotado na disputa pelo governo potiguar, Henrique Eduardo Alves fala em fechar as portas para crise, mas esquece que escapou da Lava-Jato na esteira de um dos muitos inexplicáveis milagres que acontecem na política. Para coroar a ópera bufa do PMDB, o ministro da Pesca e Aquicultura, Helder Barbalho, diz que na pasta “só há espaço para a verdade”. Ora, se isso de fato é o mantra de Barbalho, ele deveria explicar aos brasileiros o milagre da multiplicação que emoldura o chamado seguro defeso. Só não faz porque teria de entregar outro partido da base aliada, o PRB. Se é que Helder Barbalho não pegou carona no exponencial e inacreditável aumento do número de pescadores em todo o Brasil.

Muito estranhamente, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, não participou do programa do PMDB. Uma das mais próximas pessoas da presidente da República, Kátia parece ter caído em desgraça junto à cúpula do PMDB e à bancada do partido no Senado, que não mais defendem sua permanência no cargo, pelo contrário. Alvo da Lava-Jato, Edison Lobão, senador pelo Maranhão, também esteve ausente. O momento hilário ficou por conta de Roberto Requião, que abusou do telespectador ao condenar os “escândalos protagonizados por aqueles que desafiam as leis e as instituições”.

Com sua postura de “mordomo de velório”, Michel Temer finalizou o programa desejando “dias melhores para todos nós”. Entre o que diz Temer e o que ele e seu partido querem há uma enorme e abissal distância, pois o PMDB aposta na derrubada de Dilma para finalmente colocar a mão no pote. Resumindo, fora Dilma, fora PT, fora PMDB!

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