Vivendo a pior crise de sua história, FIFA planeja limitar idade de cartolas e revelar salários

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A FIFA apresentará proposta de reforma completa de sua constituição, que visa limitar a idade de seus dirigentes, revelar seus salários e acabar com o Comitê Executivo. A proposta será votada em fevereiro do próximo ano e pode representar a maior mudança na organização da entidade em 111 anos.

Esses planos foram realizados pelo comitê de reforma da FIFA, chefiado pelo suíço François Carrard. Um conjunto completo de propostas será produzido no próximo encontro do comitê, em dezembro.

A reunião desta terça-feira (20), que discutiu a reforma, foi a primeira desde 1998 sem a presença de Joseph Sepp Blatter, suspenso por 90 dias por denúncias de corrupção.

Pela proposta apresentada, dirigentes da FIFA não poderão ficar mais de doze anos como presidente da entidade máxima do futebol. A idade limite para um cartola seria de 74 anos e ele seria obrigado a divulgar seu salário mensal. Os autores da mudança querem o fim dos reinados longos, como o do brasileiro João Havelange, de 24 anos, e do suíço Blatter, de 17 anos.

Outra medida será o fim do Comitê Executivo, atualmente composto por 24 pessoas e que é o verdadeiro governo do futebol planetário. A partir de 2016, a FIFA terá apenas um Conselho, com membros eleitos por todas as 209 federações nacionais. Todos ainda teriam de passar por um exame de suas integridades, uma espécie de “Ficha Limpa”, com verificações sobre a existência de algum tipo de investigação contra eles.

Também seria adicionado ao Conselho um Comitê Técnico, o que permitiria separar o lado político da gestão administrativa da entidade. A meta da reforma é dar à entidade uma “organização mais transparente”. Haveria ainda um comitê independente que teria o controle sobre as finanças da FIFA e com a função de elaborar orçamentos.

Outra medida anunciada é a publicação de todos os salários na entidade, do presidente aos dirigentes e funcionários, inclusive do secretário-geral. Os vencimentos terão de ser aprovados por auditorias independentes. O chefe do comitê de reforma, François Carrard, já havia adotado a medida no Comitê Olímpico Internacional (COI), onde trabalhou por 14 anos como diretor-geral.

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