A senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) é conhecida no Paraná como “Barbie Paraguaia”, status que a maledicência local credita ao nariz arrebitado, que a petista jura jamais ter alterado, e o jeitão de dondoca deslumbrada. O apelido ganhou nova dimensão com a revelação, feita pelao jornal “Folha de S. Paulo, de que o Brasil liberou um “pixuleco” de US$ 240 milhões anuais para o Paraguai. Tudo isso para liberar a entrada da Venezuela no Mercosul.
O dinheiro saiu através de uma escandalosa revisão do Tratado de Itapu, que garante a compra pelo Brasil da energia excedente gerada pela binacional. O tratado previa remuneração anual de US$ 120 milhões. Sem qualquer explicação ou contrapartida, o Brasil triplicou esse valor, que passou para US$ 360 milhões anuais. A negociata envolvia também uma empreiteira flagrada no Petrolão.
Quem defendeu esse negócio desastroso para o Brasil, no Senado, foi a paranaense Gleisi Hoffmann. A Folha revela que o verdadeiro objetivo do “mega-pixuleco” pago ao Paraguai foi fazer com que Assunção levantasse suas restrições ao ingresso da Venezuela, do companheiro Hugo Chávez, no Mercosul.
A entrada da Venezuela, uma ditadura em progresso, era vedada pela cláusula democrática do Mercosul, que impede o ingresso de ditaduras ou regimes autoritários no bloco. Como não podia deixar de ser, em se tratando de PT, negócios ainda mais nebulosos, muito além da afinidade ideológica espúria, foram cultivados nos bastidores dessa negociata. Com o fim do embargo paraguaio, bancado com dinheiro do contribuinte brasileiro, que teve onerada sua conta de luz, a Venezuela pode aderir ao Mercosul em 2012.
Atendido, o coronel Hugo Chávez logo propôs negócios que sabia ser agradáveis aos petistas, como que para compensar o prejuízo sofrido pelo Brasil. Segundo a Folha, Chávez propôs criar um fundo de financiamento para projetos bilaterais, citando que a Construtora Odebrecht “já aceitou mecanismo de remuneração parcial em petróleo”. Dilma respondeu que a empreiteira poderia ajudar. “Será importante envolver nesse processo o presidente da Associação Brasileira de Construção Civil. A Odebrecht pode ajudar muito com habitação”, afirmou, segundo o jornal.
O caso do pixuleco para o Paraguai é especialmente escandaloso, pois o Brasil se dispôs a assumir um prejuízo bilionário (o aumento nos valores pagos pela energia ao Paraguai somam quase R$ 1 bilhão ao ano), sem que o aumento contemplasse qualquer interesse brasileiro. E o Brasil tem muitas demandas no Paraguai. Entre elas a questão do roubo de carros no Brasil e um tratamento mais justo para os brasiguaios.
Brasileiros que cultivam terras no Paraguai transformaram o país em um dos grandes produtores mundiais de soja, mas são perseguidos e sofrem abusos regularmente pelos “carperos”, uma espécie de MST paraguaio, sem que as autoridades locais demonstrassem qualquer disposição de proteger os brasileiros. A senadora Gleisi Hoffmann e o governo brasileiro, sempre ansiosos para atender os interesses do coronel Hugo Chávez, e da Odebrecht, não mexeram um dedo para socorrer os brasileiros.