Lava-Jato: Justiça coloca em liberdade delator ligado a José Dirceu; situação do petista piora com decisão

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O empresário Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura foi solto na manhã desta segunda-feira (2), em Curitiba, informou a Polícia Federal (PF). Moura foi preso preventivamente, em agosto, na Operação Pixuleco, 17ª fase da Operação Lava-Jato. Ele é apontado pela PF como representante do ex-ministro José Dirceu de Oliveira e Silva na Petrobras. Condenado à prisão e cumprindo pena em regime domiciliar, após passar uma temporada no Complexo Penitenciário da Papuda, também foi preso na mesma operação policial.

À época da prisão, a PF e o Ministério Público Federal informaram que, ao lado de Dirceu, Fernando Moura era um dos principais “líderes” do Petrolão, o gigantesco esquema de corrupção que durante uma década funcionou livremente na Petrobras. Coube a Moura levar o nome de Renato Duque a Dirceu para guindá-lo à Diretoria de Serviços da estatal, onde foi iniciado o esquema de superfaturamento de contratos, conforme apontam as investigações.

Em setembro, o juiz federal Sérgio Fernando Moro, responsável na primeira instância da Justiça pelos processos decorrentes da Lava-Jato, homologou o acordo de delação premiada de Fernando Moura. Na condição de delator, Moura repassou à força-tarefa informações para o avanço das investigações investigação, em troca de redução de pena, caso seja condenado.

O nome “Pixuleco”, dado a essa fase da operação da PF, é uma referência ao termo usado por alguns dos investigados para minimizar o valor da propina. Segundo a Polícia Federal, essa fase da operação concentrou-se no cumprimento de medidas cautelares em relação a pagadores e recebedores de vantagens indevidas oriundas de contratos com o Poder Público, alcançando beneficiários finais e “laranjas” utilizados nas transações.

A soltura de Fernando Moura é um complicador para o ex-ministro José Dirceu, que continua calado e no cárcere faz um trabalho para auxiliar o seu advogado na defesa. Dirceu teve o registro da OAB cancelado depois da condenação na Ação Penal 470 (Mensalão do PT), mas passa boa parte do tempo debruçado sobre livros de Direito e decisões judiciais, com o objetivo de encontrar uma saída para o seu caso. Ao ex-chefe da Casa Civil restam poucas alternativas, pois Moura revelou o esquema criminoso que emoldurava a Diretoria de Serviços da Petrobras.

No caso de as informações repassadas por Moura terem envolvido o petista, Dirceu terá de repensar sua decisão de permanecer calado, como revelou a pessoa próxima no dia em que foi preso pela Polícia Federal, em Brasília. Na ocasião, o ex-ministro disse que estava preparado para passar de seis a sete meses atrás das grades. Se José Dirceu, abandonado pela cúpula do PT desde o julgamento da Ação Penal 470, decidir contar o que sabe a cerca das malandragens na esfera do poder central ao longo da era petista, por certo o partido desmorona em questão de horas. (Com informações da ABr)

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