Crise econômica avança e mercado aposta em queda de 3% do PIB em 2016; IPCA está perto de 10%

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Enquanto Dilma Rousseff, a presidente da República, permanece agarrada à sua esquizofrenia administrativa, a economia brasileira avança na seara da deterioração. Isso porque entre os analistas há um consenso de que o Brasil enfrentará pela primeira vez, desde 1930, dois anos de recessão. O que em termos econômicos não é pouco, situação que piora diante da incapacidade do governo de reverter o caos no curto prazo.

De acordo com os especialistas do mercado, o recuo do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015 será de 3,05%, contra 3,02% da semana anterior, mas há quem aposte em retração ainda maior, podendo chegar aos 3,5%. É o que mostra o Boletim Focus, divulgado nesta terça-feira (3) pelo Banco Central, que regularmente ouve os economistas das cem maiores instituições financeiras em atividade no País. Se confirmada a previsão, será o pior resultado em 25 anos, ou seja, desde 1990, quando foi registrada queda de 4,35%. Em relação ao próximo ano, algumas discordâncias ainda perduram entre os analistas, mas a tendência é que o PIB encolherá 3% ou mais.

Na que tange a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os especialistas apostam que o índice deve fechar 2015 na casa de 9,91%, contra 9,85% da previsão anterior. Confirmada a projeção, será o maior IPCA em treze anos, ou seja, desde 2002, quando o índice chegou a 12,53%. Trata-se da sétima alta seguida do IPCA. Nesse caso, os petistas não mais podem falar em “herança maldita”, como fizeram ao longo de mais de uma década.

Para 2016, os economistas elevaram a previsão de inflação de 6,22% para 6,29%, 13ª alta seguida do indicador, que cada vez mais se distancia do centro do plano de metas estabelecido pelo governo, que é de 4,5% ao ano. Recentemente, contrariando as próprias previsões, o BC reconheceu que será impossível levar o IPCA para o centro da meta em 2016, missão que, por enquanto, ficará para o ano seguinte (2017).

Voltando a 2015, a elevação da inflação, segundo os especialistas, é reflexo da alta do dólar e, em especial, dos chamados preços administrados (telefonia, água, energia elétrica, combustíveis e transporte público), que pressiona os preços para cima. Ademais, a inflação no setor de serviços, ingrediente que também colabora para a alta do mais temido fantasma da economia, é impulsionada pelos ganhos reais de salários.

A situação piora quando analisa-se o quadro do salário do trabalhador. Se por um lado os economistas alegam que o ganho real do salário impulsiona a inflação no setor de serviços, por outro a inflação derrete o seu poder de compra. Ou seja, o Brasil em termos de economia está naquela situação em que o cachorro corre atrás do próprio rabo.

No tocante à taxa básica de juro, a Selic, o mercado crê que permanecerá, neste ano, nos atuais 14,25%, o maior índice em nove anos. Em relação a 2016, a Selic, segundo especialistas, deve encerrar o ano vindouro em 13%, se as mágicas prometidas pelo governo funcionarem. Por enquanto, o pacote de ajuste fiscal continua parado no Congresso Nacional à espera de votação. Contudo, é importante lembrar que dentro de 45 dias o Parlamento entrará em recesso. Como a crise política cresce a cada dia, existe a possibilidade, mesmo que pequena, de a matéria ficar para o próximo ano.

O Boletim Focus mostra também que os economistas projetam, para o final deste ano, o dólar comercial cotado R$ 4, sendo que em 2016 a divisa norte-americana deve chegar ao patamar de R$ 4,20. Considerando que o assunto é a moeda ianque, nada melhor do que “Bye, Bye Brasil”.

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