Os ataques aéreos lançados pela França e pela Rússia no norte da Síria nos últimos três dias mataram pelo menos 33 jihadistas do grupo extremista “Estado Islâmico” (EI), afirmou nesta quarta-feira (18) o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
Dezenas de combatentes do grupo extremista também teriam ficado feridos nos recentes bombardeios a depósitos de armas, instalações militares e postos de controle na cidade de Raqqa, a “capital” do EI.
“O número limitado de mortos pode ser explicado pelo fato de os jihadistas terem tomado precauções. Havia apenas guardas ao redor dos depósitos e das instalações militares. A maioria foi morta em postos de controle”, disse Abdel Rahman, diretor da organização baseada em Londres e que monitora a situação dos direitos humanos na Síria.
Rahman afirmou ainda que familiares de lideranças e combatentes estrangeiros do grupo extremista deixaram Raqqa em direção à cidade iraquiana de Mossul, outro reduto dos jihadistas que controlam grande parte da Síria e do Iraque.
A França intensificou os ataques aéreos na região após os atentados que deixaram 129 mortos em Paris. No domingo, militares franceses deram início a uma série de bombardeios, realizando o maior ataque do país na região. Outras operações foram lançadas nos dois dias seguintes.
Já a Rússia bombardeou, na terça-feira (17), alvos do “Estado Islâmico” em Raqqa , após Moscou confirmar que a queda do avião da companhia Kogalymavia na península do Sinai, no Egito, no último dia 31 de outubro, foi causada por uma bomba e Putin prometer caçar os responsáveis pelo desastre que matou as 224 pessoas que estavam a bordo.
Sem mudança de planos
Moscou ressaltou nesta quarta-feira, porém, que a confirmação de uma bomba a bordo do avião não mudou os seus planos para a Síria. Segundo o Kremlin, os ataques aéreos não são suficientes para combater o “Estado Islâmico” e devem ser apoiados pelas operações terrestres conduzidas pelas forças de segurança sírias.
A Rússia e o Irã são os principais aliados do regime do presidente sírio, Bashar al-Assad. Moscou iniciou sua campanha na região no final de setembro e já bombardeou cerca de 2,3 mil alvos na região.
Já a coalizão liderada pelos Estados Unidos, da qual a França faz parte, apoia a oposição moderada na Síria e vem lançando ataques aéreos contra o “Estado Islâmico” no país desde setembro de 2014, quando expandiu a campanha que teve início no Iraque.
Segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, os bombardeios mataram centenas de membros do EI, mas tiveram um efeito limitado sobre a capacidade do grupo de manter territórios. (Com agências internacionais)