Delação de Cerveró e prisões de Delcídio e Esteves podem selar o destino de Dilma e Lula

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“O governo desmoronou de vez e a presidente Dilma Rousseff agora se equilibra na corda bamba”, resumiu nesta quinta-feira (26) o líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), ao avaliar a manutenção, pelo Senado, da prisão do líder do governo, senador Delcídio Amaral (PT-MS). Para o parlamentar, a tentativa do petista de calar o ex-diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, aliada a prisão do banqueiro André Esteves, do banco BTG Pactual, demonstram que o governo teme que se tornem públicas as ações praticadas pela presidente Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no comando da organização criminosa que assaltou a Petrobras e outros setores do governo.

“A força tarefa da operação Lava Jato está prestes a colocar as mãos na chave do cofre que guarda os detalhes sobre o envolvimento direto da presidente Dilma e do ex-presidente Lula no esquema criminoso do Petrolão. A reação do PT, com sua nota absurda, e o silêncio de Dilma sobre a prisão de seu líder de governo, dão o tom da gravidade da situação que pode selar o destino dos dois”, avaliou o líder do PPS.

Rubens Bueno ressalta que na minuta da delação premiada de Cerveró, que estava em poder do banqueiro André Esteves, há anotações do executivo, feitas à mão, apontando que a presidente Dilma “sabia de tudo de Pasadena” e que inclusive estaria cobrando dele o fechamento do negócio. Várias reuniões entre os dois foram realizadas para tratar do assunto.

A compra da refinaria começou a ser fechada em 2006, quando Dilma era ministra da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras. Primeiro a estatal comprou 50% da refinaria por US$ 360 milhões. Depois, por causa de cláusulas contratuais, foi obrigada a ficar com 100% da unidade, o que custou US$ 1,18 bilhão (cerca R$ 2,76 bilhões). Em apurações do TCU ficou constatado que o negócio deu prejuízo de US$ 792 milhões à Petrobras.

“Esse é apenas um ponto da delação de Cerveró que está nas mãos do ministro do Supremo Teori Zavascki para a homologação. E já mostra claramente o envolvimento de Dilma. Outros fatos também podem surgir se o senador Delcídio Amaral, abandonado pelo PT, resolver falar o que sabe. É a marolinha se transformando em tsunami”, comparou o líder do PPS.

Rubens Bueno cita ainda outro episódio que envolve a ocupação de uma diretoria da Petrobras. Na reunião em que Delcídio prometeu o pagamento de R$ 4 milhões pelo silêncio de Cerveró, além de apoio para ele fugir para a Espanha, o senador negociou com Edson Ribeiro, advogado do ex-diretor da Petrobras, a indicação de um nome para assumir a gerência de Tecnologia da Informação (TI) da estatal, que tem orçamento de R$ 1 bilhão. “Será que Dilma não sabia da atuação de seu líder de governo?”, indaga o deputado.

Outro ponto sensível, avalia o líder do PPS, é o comportamento que o banqueiro André Esteves terá nos depoimentos que vai prestar à Justiça. “Ele é muito próximo da cúpula do PT e seu banco cresceu muito nos mandatos de Lula e Dilma, inclusive com negócios envolvendo o governo. Atuou inclusive em negócios nebulosos, como a compra do banco Panamericano. Sem dúvida sabe de muitos segredos do Planalto e agora, com sua prisão, o BTG começa a sofrer prejuízos enormes. Motivos não faltam para o governo se preocupar”, finalizou.

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