Dilma cancela viagem ao Vietnã e Japão para acompanhar crise e votações no Congresso

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A presidente Dilma Vana Rousseff cancelou a viagem que faria ao Vietnã e ao Japão, mantendo apenas a ida a Paris, para onde embarcou nesta sexta-feira (27) para participar da 21ª Conferência das Partes da Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima (COP 21).

A petista decidiu cortar as duas etapas da viagem para acompanhar de perto a votação no Congresso Nacional do projeto que altera a meta de superávit primário deste ano e do seu pedido de impeachment, que deve avançar próxima semana, segundo prometeu o presidente da Câmara dos Deputados, o enrolado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

No caso de não receber o aval dos parlamentares para alterar a meta para um déficit primário, situação absurda diante do anúncio de superávit de R$ 110 bilhões, anunciado no início do ano, o governo terá de optar em paralisar a máquina pública ou ter de responder a questionamento do Tribunal de Contas da União (TCU), pois ficará configurado desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal, ou seja, crime que permite a abertura de um indiscutível processo de impeachment.

A decisão de cancelar a viagem cria desconforto diplomático, mas Dilma está preocupada em pelo menos manter o cargo, já que o poder ela foi obrigada a entregar para continuar presidente. Não é a primeira vez que a petista cancela ida ao Japão. Na terra do sol nascente Dilma retribuiria a visita do príncipe e da princesa Akishino, que estiveram em Brasília em novembro como parte das comemorações de 120 anos das relações entre Brasil e Japão.

No Vietnã, a presidente seria recebida por três das quatro maiores autoridades do País. Uma comitiva de empresários acompanharia a petista ao Japão e Vietnã, entre os quais os presidentes da Vale e da Embraer. O objetivo era ampliar a pauta de comércio entre o Brasil e os dois países asiáticos.

É prematura afirmar que os parlamentares concordarão em alterar a meta de superávit primário para déficit primário, mas a disputa no plenário do Congresso será uma verdadeira batalha, já que a oposição viu ressuscitar nos últimos dias a possibilidade de o pedido de impeachment de Dilma prosperar.

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