Lava-Jato: se aderir à delação e contar o que sabe, Delcídio poderá implodir Lula e o governo

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Abandonado pelo PT e alo de críticas da cúpula do partido, o ainda senador Delcídio Amaral (MS) enviou um duro recado ao governo e aos “companheiros”, mas pelo jeito ninguém teve massa cinzenta suficiente para decifrar a mensagem eivada de simplicidade e objetividade.

Preso pela Polícia Federal no último dia 25 de novembro, em mais uma etapa da Operação Lava-Jato, Delcídio esperou a manifestação de alguns parceiros pretéritos, mas diante do silêncio sepulcral e covarde decidiu seguir a trilha da delação premiada. Pressionado pela família, o ex-líder do governo no Senado vislumbrou na colaboração premiada a possibilidade de retomar a liberdade, mesmo que vigiada.

Para tanto, Delcídio reforçou a própria defesa ao contratar o advogado Antonio Figueiredo Basto, responsável pelas negociações que culminaram nas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef; Pedro Barusco, ex-gerente de serviços da Petrobras; Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC; e o lobista Julio Camargo, da Toyo Setal.

Como todo político que opera além dos limites da legalidade e conhece a extensão da covarde que impera no meio, Delcídio tem um cipoal de provas capaz de fazer a República desabar em questão de horas. Se a carta de Michel Temer a Dilma causou um considerável estrago, uma bem planejada delação de Delcídio é capaz de mandar o Palácio do Planalto e a sede do PT pelos ares.


Presidente da CPMI dos Correios, Delcídio Amaral gravou os muitos acordos feitos no Palácio do Planalto e no Senado Federal com o objetivo de salvar o mandato de Lula, que à época corria o risco de ser apeado do cargo. Isso só não aconteceu porque a oposição, mais precisamente o PSDB, surgiu em cena agarrada ao discurso moralista da governabilidade.

Como se não bastasse, Delcídio sempre foi próximo de José Janene e sabe detalhes da relação do ex-deputado federal pelo Paraná com Lula e dos recados desaforados que mandava ao então presidente da República. O que o senador sul-mato-grossense sabe é parte do que o editor denunciou ao Ministério Público. Por isso este noticioso afirma que a hora de Lula está a caminho.

Por certo Delcídio Amaral não quer passar longos anos atrás das grades, o que permite concluir que revelará à força-tarefa da Lava-Jato detalhes estarrecedores e passiveis de comprovação. Nesse conjunto de informações sobre pagamento de propinas, contas bancárias no exterior e a compra do silêncio de alguns com cargos na divisão internacional da Petrobras, principalmente na obsoleta e superfaturada refinaria de Pasadena, conhecida como “Ruivinha”.

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