Dilma transforma Brizola em herói da pátria, mas há brasileiros mais notáveis que o fundador do PDT

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O Brasil vive um momento de constante perigo e ameaça à democracia, pois os atuais ocupantes do poder central não apenas desrespeitam de forma inconteste a legislação vigente, sob argumentos esdrúxulos e inaceitáveis, mas modificam-na de acordo com os próprios interesses ou de partidos e ideologias.

Na edição desta terça-feira (29), o Diário Oficial da União publicou a sanção pela presidente Dilma Rousseff de lei aprovada pelo Senado que inclui o ex-deputado e ex-governador Leonel Brizola, morto em 2004, aos 82 anos, no Livro dos Heróis da Pátria.

A lei sancionada pela presidente da República reduziu de 50 para 10 anos o período necessário para que alguém seja homenageado no livro após a morte.

Em exposição permanente no Panteão da Pátria, em Brasília, o Livro dos Heróis da Pátria homenageia pessoas que tiveram papel relevante na história do Brasil, como Getúlio Vargas, Dom Pedro I, Tiradentes, Alberto Santos Dumont, Zumbi dos Palmares, Anita Garibaldi e Heitor Villa-Lobos.

Nascido no vilarejo de Cruzinha, na cidade gaúcha de Carazinho (à época Passo Fundo), Leonel de Moura Brizola exerceu mandatos de deputado estadual no Rio Grande do Sul e de deputado federal pelo Rio Grande do Sul e pelo extinto estado da Guanabara, além de prefeito de Porto Alegre. Foi governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro.


Brizola teve papel determinante na campanha que garantiu a posse do então vice-presidente João Goulart, seu cunhado, em 1961, logo após a renúncia do então presidente Jânio da Silva Quadros.

Durante a ditadura, viveu quinze anos no exílio, em especial em Portugal. Após retornar ao Brasil em 1979, na esteira da Lei da Anistia, Brizola fundou o Partido Democrático Trabalhista (PDT), sigla à qual pertenceu Dilma Rousseff antes de se filiar ao PT.

A trajetória política marcante e o fato de ter enfrentado a ditadura militar não conferem a Leonel Brizola, mesmo “post mortem”, cabedal para ser guindado à condição de herói da Pátria, até porque há no Brasil milhares de brasileiros ilustres que deveriam ser considerados como tal, mas por força da ignorância da classe política são esquecidos.

Na condição de autoridade máxima do País, Dilma pode até enxertar Brizola no Livro dos Heróis da Pátria, mas não pode, da noite para o dia, despejar sobre o Brasil pílulas do bolivarianismo que vem derretendo a Venezuela, onde até um reles pássaro é idolatrado como se fosse a reencarnação do tiranete Hugo Chávez.

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