Maracanã demite trabalhadores e devolverá estádio ao governo do Rio de Janeiro

maracana_1001

Na segunda-feira (4), o Estádio Mário Filho, o lendário Maracanã, foi tomado por um clima de despedida. Boa parte dos funcionários assinou na manhã do primeiro dia útil de 2016 sua demissão.

A Odebrecht, umas das principais empreiteiras envolvidas no Petrolão, esquema de corrupção que durante uma década funcionou na Petrobras e foi desmontado pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, está congelando a operação no estádio e deixará efetivamente a presidência, o departamento jurídico e o departamento financeiro. Integrantes das equipes de comunicação e de marketing deixaram seus cargos.

Nos próximos dias, mais trabalhadores devem sair. Por enquanto, os profissionais da manutenção permanecem trabalhando, mas podem deixar seus postos depois de 15 de janeiro.

A Odebrecht está adiantando o processo de entrega para o Comitê Olímpico e saindo de cena para concretizar a devolução do Maracanã ao governo fluminense. Contudo, é importante ressaltar que a intenção da empresa é não assumir isso abertamente.


Ainda não se sabe se haverá garantia para as partidas do Campeonato do Rio de Janeiro. A entrega para a Olimpíada está prevista para o final de março, mas sem equipe no Maracanã pode ser mais complicado garantir a realização dos jogos.

Há a confirmação dos shows dos Rolling Stones em fevereiro e do Coldplay em abril, obrigação da Odebrecht com o governo do Rio de Janeiro.

A dúvida é o que acontecerá com o Maracanã a médio e longo prazo. A possível concessão para um consórcio que tivesse Flamengo e Fluminense no comando é improvável. O governo não tem dinheiro para a saúde, evidentemente não poderia ter a administração do estádio como prioridade. A compra por um dos sócios não parece uma solução simples.

Menos de dois anos depois da Copa do Mundo é impossível prever o futuro do famoso e esplendoroso Maracanã, um dos principais pontos turísticos da Cidade Maravilhosa.

apoio_04