Dilma ignora Gleisi e escolhe o enrolado Humberto Costa para líder do governo no Senado

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Se o calvário político da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) fosse tema de uma discussão filosófica de boteco, os convivas diriam que o filme da ex-chefe da Casa Civil ficou ainda mais queimado depois das denúncias de propina no Petrolão – maior escândalo de corrupção da História – e do seu envolvimento na Operação Pixuleco II. Sem contar uma suposta relação nada republicana com o marqueteiro João Santana.

Não é difícil chegar a essa conclusão, pois nem a presidente Dilma Rousseff, que voltou a ficar com um pé no impeachment depois da prisão de Santana, quer saber de qualquer proximidade com a parlamentar que no Paraná é conhecida como a “Barbie da Tríplice Fronteira”.

Gleisi acaba de ser alvo de nova e vexatória rejeição por parte do Palácio do Planalto. A presidente da República ignorou o desespero com que a senadora paranaense pleiteava o cargo de líder do governo no Senado, a ponto de fazer discursos absurdos em plenário, como se essa genuflexão pudesse lhe render algum dividendo.

Dilma, por sua vez, escolheu o senador petista Humberto Costa (PE) para o lugar do ainda “companheiro” Delcídio Amaral (MS), que é investigado pela Operação Lava-Jato e na última semana deixou a prisão por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.


Gleisi ainda não compreendeu e nem se conformou com a desfeita palaciana, pois tanto Delcídio quanto Costa, assim como ela, são investigados na Lava-Jato por envolvimento no esquema de desvio de recursos da Petrobras e recebimento de propinas na esteira do Petrolão. É importante destacar que, desde março de 2015, Costa e Gleisi são alvo de inquéritos abertos no STF.

Segundo suposto raciocínio que poderia ser desenvolvido por Gleisi, no melhor estilo competição entre “sujos e mal lavados”, ambos estariam empatados. Restaria a Gleisi pleitear a presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Contudo, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), por erro ou omissão, reconduziu Delcídio à presidência da comissão.

Delcídio, experimentado que é, pediu licença por quinze dias do Senado para exames médicos. O que Gleisi possivelmente tem dificuldade para compreender é a devastadora rejeição que desce a rampa do Palácio do Planalto na sua direção, já que tanto defende o governo, assim como faz em relação ao lobista-palestrante Lula e à presidente Dilma.

O último espetáculo deprimente e desesperado protagonizado por Gleisi Hoffmann aconteceu na tarde de quarta-feira (24), quando defendeu, no plenário do Senado, a Petrobras durante discussão de matéria, que alterou a obrigação e as participações da estatal na exploração de petróleo na camada pré-sal.

Com a aprovação do projeto, os petistas, incluindo Gleisi, perceberam que foram enganados pelo governo, que se aliou à oposição ao trabalhar nos bastidores para emplacar o substitutivo apresentado por Romero Jucá (PMDB-RR).

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