CPI do BNDES: relatório sem indiciamento é desrespeito à nação, afirma deputado

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Autor do requerimento de criação da CPI do BNDES, o deputado federal Rubens Bueno (PPS-PR), líder do partido na Câmara, disse nesta quinta-feira (25) que a aprovação do relatório final do colegiado, sem sugerir um único indiciamento contra pessoas que cometeram irregularidades na concessão de empréstimos da instituição financeira para empresas no Brasil e no exterior, é um desrespeito à nação.

O parecer do deputado José Rocha (PR-BA) foi aprovado por 20 votos favoráveis e sete contrários. Após mais de cinco meses de trabalho, a Comissão Parlamentar de Inquérito chegou ao fim e foi marcada por críticas duras da oposição. O aliado governista acatou pedidos de indiciamento, entre os quais o do ex-presidente Luiz Inácio da Silva e o do presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

“Fico frustrado com o resultado da CPI. A Câmara não se faz respeitar. Era um momento importante, mas a CPI tem fim melancólico, apesar dos bilhões destinados as empresa que superfaturam obras e mandaram dinheiro de propina, via partidos e campanhas eleitorais. É o caso do João Santana, preso com propinas da Odebrecht”, observou o deputado.

Bueno, que é líder do partido, destacou que o PPS lutou até o fim para garantir a amplitude das investigações, mas a base governista impediu o avanço da apuração. O parlamentar lembrou que o representante da bancada na CPI, deputado Arnaldo Jordy (PA), apresentou pedidos de prorrogação dos trabalhos da comissão e chegou a apresentar um relatório paralelo em que pede o indiciamento do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e de vários diretores do banco de fomento.


“O PPS lutou para a CPI ter mais tempo para investigar até porque um dos pontos que merecem aprofundamento da apuração é pelo fato de o Ministério Público concluir que o ex-presidente Lula cometeu tráfico de influência no uso do BNDES para atender interesses de determinados grupos econômicos.. Lamentavelmente, o relator deixou estes indiciamentos de fora do seu parecer”, criticou.

O chamado presidencialismo de coalizão, tão defendido pela petista Dilma Vana Rousseff, que não passa de oficialização do desenfreado banditismo político, provoca esse tipo de situação, levando o País a se consolidar como paraíso dos corruptos, já que a presunção de inocência continua sendo confundida com certeza de impunidade.

Por mais que os dirigentes do BNDES recorram ao linguajar técnico para explicar o inexplicável, com o claro objetivo de confundir a opinião pública, o banco federal de fomento é uma versão tropical da caixa de Pandora, que ao ser aberta mostrará a extensão da corrupção e do desmando.

Criado para incentivar a economia, garantindo também o desenvolvimento social, o BNDES tornou-se ao longo dos anos um clube privado de favores financeiros, como demonstram alguns empréstimos suspeitos. Na verdade, o banco foi transformado pelos atuais donos do poder em uma espécie de cornucópia da esquerda bandoleira, que de forma indireta serviu para financiar um criminoso projeto de poder, o qual tem essência totalitarista.

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