Lava-Jato: Polícia Federal prorroga investigações sobre Gleisi Hoffmann por mais dois meses

gleisi_hoffmann_1013 (waldemir barreto - agencia senado)

O calvário político da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) parece não ter fim. A Polícia Federal decidiu, no âmbito da Operação Lava-Jato, prorrogar por mais 60 dias o inquérito contra a petista. O objetivo é encontrar o elo entre o repasse de R$ 1 milhão, delatado por Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras) e o doleiro Alberto Youssef, e a campanha de Gleisi ao Senado em 2010.

A denúncia, entre as mais documentadas da Lava-Jato (sabe-se que o dinheiro foi pago em quatro parcelas de R$ 250 mil entregues em shopping popular no centro de Curitiba), é apenas uma das que envolvem a senadora em ilícitos investigados pela Polícia Federal.

Gleisi também é a principal investigada na Operação Pixuleco II, 18ª fase da Lava-Jato, que trata de desvios praticados a partir de empréstimos consignados na seara do Ministério do Planejamento, ao tempo em que a pasta era comandada pelo marido da senadora, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva, também petista de carteirinha.

Foi, no entanto, a denúncia do “pixuleco” de R$ 1 milhão, que teria abastecido a campanha de Gleisi ao Senado, que jogou a senadora no olho do furacão. As insistentes negativas de Gleisi de ter recebido o dinheiro e as tentativas de seus advogados de encontrar discrepâncias nas acusações feitas pelos delatores resultaram inúteis.


Fora isso, Gleisi convive com a suspeita de ter mantido relações nada republicanas com empreiteiras à época em que chefiava a Casa Civil da Presidência, entre 2011 e 2014, cargo que ocupou por um equívoco da “companheira” Dilma Rousseff. O período em questão foi período marcado por escândalos e episódios que ainda carecem de explicações

Entre os muitos imbróglios, o mais bizarro foi ter nomeado um pedófilo com extensa ficha policial, o ex-prefeito petista Eduardo Gaievski, para comandar as políticas do governo federal para crianças e adolescentes.

Gaievski, o “Monstro da Casa Civil”, foi preso ainda no exercício do cargo, depois de tentar fugir para o Paraguai. O ex-assessor especial de Gleisi já foi condenado a mais de 100 anos de prisão e ainda aguarda o julgamento de vários outros processos sobre estupros de menores e de vulneráveis.

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