Trégua na Síria é marcada por acusações de violação do acordo de cessar-fogo

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No domingo (28), em seu segundo dia, o acordo de cessar-fogo na Síria não registrou grandes enfrentamentos entre as partes envolvidas. Os episódios de violência foram provocados pelo grupo “Estado Islâmico” (EI) e a Frente al-Nusra, ligada à rede terrorista al-Qaeda, que não foram incluídos nas negociações.

A Arábia Saudita, no entanto, acusou o presidente Bashar al-Assad e a Rússia de terem violado o acordo de cessar-fogo. Segundo o ministro do Exterior do país, Adel Jubeir, a Rússia mirou em grupos de “oposição moderada” no final de semana. “As coisas vão ficar mais claras nos próximos dias sobre se o regime e a Rússia são sérios ou não em relação ao cessar-fogo”, disse.

Jubeir afirmou que o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, está “em contato” com a Rússia e o regime de Assad para alcançar um acordo que limite ou dê fim às operações militares contra a oposição moderada síria e coloque o foco dos ataques apenas no EI e na Al-Nusra. A Arábia Saudita é um dos principais apoiadores dos rebeldes moderados sírios.

De acordo com o Comitê de Altas Negociações (HNC), coalizão que reúne políticos e grupos armados de oposição sírios, foram registradas 15 violações feitas pelo regime e aliados no sábado, mas os rebeldes não revidaram.

“Temos violações aqui e ali, mas no geral está bem melhor do que antes e as pessoas estão confortáveis”, afirmou Salem al-Meslet, o porta-voz do HNC.

O cessar-fogo impulsionado por Estados Unidos e Rússia e com a aprovação do regime de Bashar al-Assad e da comissão que representa membros da oposição entrou em vigor à meia-noite do último sábado (27).

“Se ele [cessar-fogo] continuar, vai criar as condições para o acesso completo, permanente e desimpedido de ajuda humanitária ao redor da Síria”, afirmou Federica Mogherini, chefe da diplomacia da União Europeia (UE).


Ataques terroristas continuam

Informações do Observatório Sírio de Direitos Humanos destacam que 180 pessoas foram mortas na Síria no primeiro dia de vigor do cessar-fogo, a maioria em ataques do EI na região norte do país.

Em Tel Abyad, cidade controlada pela milícia curda síria YPG na fronteira com a Turquia, 70 extremistas, 20 combatentes curdos e 10 civis morreram. Em outros pontos do país, cerca de 20 civis foram mortos em ataques e tiroteios.

Outros enfrentamentos entre forças do regime, rebeldes e jihadistas deixaram 50 combatentes mortos. Nas províncias de Aleppo e Hama, bombardeios aéreos foram feitos provavelmente por Moscou ou Damasco, informou o Observatório.

Segundo o chefe da organização, Rami Abdel Rahman, não está claro se o território está ou não coberto pelo acordo de cessar-fogo, porque diferentes grupos, incluindo a Al-Nusra, controlam diferentes setores nesta área. (Com agências internacionais)

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