Deputado federal pelo PPS do Paraná e líder do partido na Câmara, Rubens Bueno afirmou, na manhã desta segunda-feira (29), que a provável saída de José Eduardo Martins Cardozo do Ministério da Justiça está ligada diretamente à pressão do Partido dos Trabalhadores, que tem vários de seus membros na mira da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça brasileira.
Na avaliação do parlamentar, o partido de Dilma Rousseff quer afastar Cardoso para transformar a Polícia Federal em uma polícia política. Na verdade, esse status ilegal que o governo do PT sempre tentou impor à PF não emplacou porque a instituição rechaçou a ingerência criminosa do partido responsável pelo período mais corrupto da história nacional.
Agora, com a saída de Cardozo, se confirmada, o governo estará cedendo à pressão do PT e tentando fazer da PF uma polícia partidária, já que os “companheiros” temem que o avanço das investigações varra a legenda do cenário político.
“No PT, a lógica é inversa: quem está atrás das grades ou na iminência de parar lá é tratado como herói. Já quem se posiciona no sentido de cumprir a Lei, que parece ser o caso do atual ministro, é alvo de pressões políticas para deixar o cargo. Ou seja, estamos diante de uma ação do partido de Dilma para cortar a cabeça de Cardoso e transformar a PF em um órgão político”, comentou o parlamentar.
Rubens Bueno diz estranhar que, às vésperas, do depoimento da família Lula ao Ministério Público Federal, o País receba a notícia de que o ministro da Justiça está prestes a deixar o cargo. Luiz Inácio da Silva, Marisa Letícia e o filho do casal, Fábio Luís, serão interrogados na próxima quarta-feira (2) no procedimento que investiga o apartamento triplex no Guarujá e o sítio de Atibaia.
“A sociedade deve ficar atentar a uma possível mexida de cadeiras na Esplanada com o objetivo de tentar amenizar a situação daqueles que estão enrolados nas principais operações de investigação em curso. É preciso lembrar que a Polícia Federal, que vem realizando um trabalho sério nesta área, não poderá sofrer qualquer revés, a partir de ingerências políticas”, acrescenta Bueno.
