Saída de Cardozo é confirmada; brasileiros precisam redobrar a atenção e exigir o fim da corrupção

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Por mais que a saída de José Eduardo Martins Cardozo do Ministério da Justiça dê ao novo titular da pasta poderes para promover mudanças na direção da Polícia Federal, nada deve mudar, em tese na condução das investigações a cargo da instituição.

A ida de Cardozo para a Advocacia-Geral da União se deu na esteira da pressão exercida por Lula e petistas que se tornaram alvos da Operação Lava-Jato, mas pouco deve mudar em relação aos investigados, pois o trabalho que vem decifrando os meandros do maior escândalo de corrupção também está a cargo do Ministério Público federal, sobre o qual o ministro da Justiça não tem qualquer tipo de ingerência.

A saída de Cardozo se dá na semana em que Lula, Marisa Letícia e Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, terão de depor sobre os escândalos envolvendo o triplex no Guarujá e o sítio em Atibaia, mas em relação ao ex-presidente, agora lobista-palestrante, a situação mais complicada é a de tráfico de influência no exterior em favor do grupo Odebrecht, que está a cargo do Ministério Público.

Apesar de o cenário das investigações não correr perigo com a chegada do novo ministro – trata-se do procurador baiano Wellington César Lima e Silva –, é importante que a parcela de bem da sociedade brasileira fique atenta a eventual tentativa de inviabilizar a Lava-Jato, que já colocou Lula na alça de mira, inclusive em condições de prendê-lo a qualquer momento.


Tão logo surgiram as primeiras notícias, nesta segunda-feira (29), sobre a saída de José Eduardo Cardozo, os delegados federais divulgaram nota externando preocupação com a situação, lembrando que “defenderão a independência funcional para a livre condução da investigação criminal e adotarão todas as medidas para preservar a pouca, mas importante, autonomia que a instituição Polícia Federal conquistou.”

A pressão exercida por Lula e “companheiros” é um movimento típico de quem deseja, ao abafar investigações, transformar a PF em polícia política ou de partido, enquanto a Constituição Federal deixa claro que trata-se de uma polícia de Estado, independente em termos financeiros e de ação.

A manobra espúria promovida por petistas nos subterrâneos do poder mostra que Lula ainda exerce muita influência no governo de Dilma Rousseff, apesar do crescente estranhamento entre a presidente da República e o seu ainda partido. Ao mesmo tempo, esse movimento sugere que a cúpula do PT quer frear as investigações, como forma de salvar a história de um partido que está em seus momentos derradeiros, obrigando os policiais federais – agentes e delegados – ao cometimento do crime de prevaricação.

Nada acontece por acaso, mas essa mudança no comando do Ministério da Justiça pode ser o alerta maior e final para que os brasileiros tomem as ruas do País e exijam o fim não apenas do incompetente e criminoso governo Dilma, mas o fim do período mais corrupto da história nacional.

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