Lava-Jato: Moro converte prisão de João Santana e sócia em preventiva; situação de Lula e Dilma piora

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Responsável na primeira instância da Justiça Federal pelos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro decidiu converter em preventiva a prisão do marqueteiro João Santana e de sua esposa-sócia Mônica Moura, presos na Operação Acarajé.

Com a decisão de Moro, que acolheu pedido formulado pela Polícia Federal e do Ministério Público Federal, Santana e Mônica terão de guardar os debochados sorrisos entre lábios, reflexo imediato de uma soberba que era alimentada pela falsa sensação de impunidade.

Marqueteiro oficial do PT desde 2006, quando Lula concorreu à reeleição, e responsável pelas duas campanhas de Dilma Rousseff (2010 e 2014), João Santana é acusado de receber, juntamente com Mônica Moura, em conta bancária no exterior – não declarada – US$ 7,5 milhões desviados da Petrobras.

O juiz enfatizou em sua decisão os indícios levantados pelas investigações de que o marqueteiro e a mulher continuaram a receber, em 2015, recursos investigados pela Lava-Jato, mesmo depois de a operação ter sido deflagrada.

Na opinião do magistrado, é patente o risco de que o casal (Santana e Moura) possa interferir nas investigações do caso de corrupção. “Considero igualmente presente risco à instrução, com a possibilidade de apresentação de documentos fraudulentos para justificar as transações subreptícias, máxime diante da apresentação de álibi, em cognição sumária, inconsistente com as provas até o momento colhidas”, destacou Moro em seu despacho.


De acordo com o juiz, as provas coletadas na Operação Acarajé apontam para um relacionamento de Santana e Mônica com a Odebrecht, empresa acusada na Lava-Jato, muito maior do que o admitido pelos suspeitos. Moro afirma que a dupla teria recebido da empresa quantias “bem mais expressivas do que aquelas já rastreadas” em conta bancária na Suíça.

No pedido de conversão da prisão formulado pela PF, os delegados destacaram que em uma agenda apreendida na residência de Maria Lúcia, secretária da Odebrecht – solta na quarta-feira (2) –, consta referência ao contato “FEIRA” ao lado do nome de Mônica Moura.

“Os telefones que seguem abaixo da anotação encontram-se todos vinculados a Mônica Moura e João Santana, não deixando qualquer margem para dúvida de que a pessoa ali referida se trata, de fato, da investigada Mônica Moura”, reforçaram os delegados federais que atuam na Lava-Jato.

De acordo com as investigações, o termo “Feira” era utilizado pela Odebrecht para referir-se não a João Santana, mas a Mônica Moura, já que a esposa do marqueteiro era responsável pelas questões administrativas e financeiras do casal e da agência Pólis.

Acostumados à vida marcada por regalias, João Santana e Mônica Moura tornaram-se, a partir da decisão do juiz da Lava-Jato, em problema real para Dilma Rousseff e o lobista-palestrante Lula. O casal por certo não suportará o efeito do cárcere e em breve sinalizará com a possibilidade de um acordo de colaboração premiada. Se isso acontecer, o que não é difícil, a situação de Dilma e Lula tende a piorar sobremaneira, pois Santana e Mônica sabem muito além do que gostariam os próceres petistas. Ou seja, os casal de marqueteiros deve soltar a voz diante da força-tarefa da Lava-Jato.

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