Gazeteiro e dissimulado, além de dono de fala mansa e empáfia conhecida, Rui Falcão, presidente nacional do PT, partido que já foi comparado a uma organização criminosa, cometeu um ato de irresponsabilidade ao convocar a militância petista para ir às ruas de todo o País e protestar contra a nova fase da Operação Lava-Jato, batizada de Aletheia, que obrigou Lula a depor diante delegados federais e procuradores da República.
Desde que chegou ao poder central, o PT vem se especializando em protagonizar escândalos de corrupção, mas em nenhum momento a direção da legenda, como um todo, ousou fazer um “mea culpa”, como deveria ter ocorrido ao longo de tantos casos que fazem inveja às organizações mafiosas.
No momento em que incita a militância do partido a tomar ruas e avenidas do País, Falcão tenta estabelecer um entendimento jurídico de exceção, sob o qual os marginais da legenda passam ao largo do que determina a legislação nacional vigente. De igual modo, o presidente petista aposta em uma eventual convulsão social como forma de desacreditar as investigações que flagraram Lula e seus quejandos no maior esquema de corrupção da História, o Petrolão.
A estratégia de Rui Falcão é obtusa e retrograda, não sem antes ser criminosa, pois tenta fazer do Brasil uma versão agigantada da decadente e corrupta Venezuela, que jaz na esteira da tese boquirrota do “socialismo do século XXI”, que faz da anestesia de boa parcela da opinião pública uma senha para a roubalheira institucionalizada.
O calvário de Lula e sua turba está apenas começando, mas é importante que os brasileiros de bem, que hoje comemoram a nova fase da Lava-Jato, mantenham-se imunes às provocações, pois o objetivo da direção do PT é colocar a insana militância para instalar a desordem no País, com direito, se necessário, ao enfrentamento corporal, no melhor estilo guerra civil.
Lula foi alcançado pelas garras da Justiça porque em inúmeras vezes ultrapassou os limites da legalidade, sempre tendo a falsa sensação de impunidade como garantia de sua livre conduta. O quadro que o PT ora tenta impor ao País é tão utópico quanto ilegal, uma vez que ultraja o Estado Democrático de Direito.
O ex-presidente, agora um bem sucedido lobista-palestrante, foge da Justiça por não ter como explicar a evolução meteórica e descabida de seu patrimônio e de seus familiares, mas, fosse coerente e dono de astúcia positiva, já teria esclarecido os fatos, garantindo a si mesmo a tranquilidade que tanto cobra.
O PT é um partido que abandonou os dogmas ideológicos há quase duas décadas, único caminho encontrado para um dia chegar ao poder, o que aconteceu na eleição presidencial de 2002. Enfrentando os efeitos colaterais da avalanche de corrupção que derrete o Brasil, Lula agora espera faturar com os fatos desta sexta-feira (4), mesmo que o seu partido avance na tentativa de anular a mais recente fase da Operação Lava-Jato.