Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados nesta terça-feira (15), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Brasil fechou 2015 com 8,6 milhões de desempregados, em média, o que representa aumento de 27,4% na comparação com o ano anterior, quando eram 6,7 milhões os sem vínculo laboral. As informações são coletadas em 211.344 domicílios, em aproximadamente 3,5 mil municípios.
Desta forma, o nível de desemprego registrado em 2015 foi de, em média, 8,5%. É o maior nível registrado pela pesquisa, que começou a ser feita em 2012. Em 2014, o nível médio de desemprego havia sido de 6,8%.
Ainda de acordo com o IBGE, o salário médio dos trabalhadores no ano passado, descontando o efeito da inflação, foi de R$ 1.944, praticamente estável em relação a 2014 (R$ 1.947).
Essa queda no salário foi considerada “significativa” por Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE e responsável pela pesquisa. “Por exemplo, você tem mais trabalhadores por conta própria, com menos garantias e rendimento mais baixo. E, por outro lado, você tem mais trabalhadores domésticos retornando ao mercado de trabalho e se vendo na necessidade de negociar um salário mais baixo do que antes”, afirma.
O número médio de desempregados aumentou em 2015, entretanto o de pessoas com trabalho ficou estável, em 92,1 milhões. O IBGE explica que isso acontece porque a crise econômica leva quem não estava trabalhando a procurar emprego, para tentar ajudar na renda familiar.
“Pessoas que estavam fora do mercado de trabalho entram na fila da desocupação”, ressalta Cimar Azeredo. O instituto considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.
Considerando apenas o quarto trimestre do ano passado, o número de desempregados foi de 9,1 milhões de pessoas. O resultado ficou estável na comparação com o terceiro trimestre. Na comparação com os três últimos meses de 2014, no entanto, saltou 40,8%, com 2,6 milhões de pessoas a mais procurando emprego.
O nível de desemprego somente no quarto trimestre foi de 9% –maior patamar desde que a pesquisa começou, em 2012. O resultado ficou estável em relação ao terceiro trimestre (8,9%), e aumentou 2,5 pontos em relação ao quarto trimestre de 2014 (6,5%).
O IBGE divulga mais duas pesquisas com dados de desemprego, contudo manterá apenas a Pnad Contínua mensal, que tem alcance nacional.
A PME (Pesquisa Mensal de Emprego) mede a taxa mês a mês, com base em seis regiões metropolitanas: Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Ela indicou que o desemprego em 2015 teve média de 6,8%.
Em janeiro deste ano, a taxa registrada foi de 7,6%. A última divulgação da PME será neste mês e, depois, ela será encerrada.
Já a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes) foi divulgada até fevereiro e, depois, encerrada. Segundo ela, o número de trabalhadores na indústria em 2015 caiu 6,2%, quarto ano seguido de queda e o maior tombo desde 2002, quando a pesquisa começou a ser feita.