“Vivemos a desmoralização completa de um governo que passou de todos os limites. Um ex-presidente vira ministro fujão para tentar escapar de investigações da Polícia Federal, do Ministério Público e do juiz Sérgio Moro. É um escárnio contra a população e os mais de quatro milhões de brasileiros que foram às ruas no último domingo protestar contra o governo Dilma e a corrupção do PT. Esperamos que a Justiça reverta essa situação”, afirmou nesta quarta-feira (16) o líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), ao comentar a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio da Silva como ministro da Casa Civil do governo de Dilma Rousseff.
Na terça-feira, os partidos de oposição ingressaram com ação popular na Justiça Federal do Distrito Federal pedindo que, caso Lula tomasse posse como ministro, fosse anulado o decreto de nomeação. A ação também está sendo protocolada em Varas da Justiça Federal dos 26 estados da federação. PPS, PSDB e DEM argumentam que a nomeação acontece única e exclusivamente para que Lula obtenha foro privilegiado e postergue a investigação contra ele que está a cargo do juiz Sérgio Moro na 13ª Vara Federal, em Curitiba. Com a posse do petista no ministério, o caso fica sob a responsabilidade do Supremo Tribunal Federal.
Para o líder do PPS, a manobra representa um claro desvio de finalidade e é passível de anulação. “Trata-se de um tapa na cara de topos os brasileiros honestos que lutam contra a corrupção. Vai causar grande indignação popular e com certeza terá o efeito contrário do que espera o governo. A tese do impeachment de Dilma vai se fortalecer no Congresso e as manifestações populares contra o governo e o PT tendem a aumentar”, afirmou Rubens Bueno.
O deputado afirma também que a nomeação de Lula transformará a presidente Dilma em mera peça decorativa dentro do Palácio do Planalto. “Na prática trata-se de uma renúncia branca. Dilma vai entregar seu mandato para um companheiro que está enrolado até o pescoço com a Justiça. Desesperado e com medo de ser preso, Lula pode aprofundar a crise econômica com medidas populistas e jogar de vez, com sua irresponsabilidade, o país no buraco. Trata-se de uma situação séria que merece ser combatida por toda a sociedade”, afirmou o líder do PPS.
Se por um lado em jogo está a democracia brasileira, que corre sérios riscos de ser atropelada definitivamente, por outro está uma estratégia criminosa para tentar salvar um projeto de poder que, em marcha desde janeiro de 2003, pode transformar o Brasil em uma versão agigantada da combalida e sufocada Venezuela.
Ao nomear um investigado por corrupção e outros crimes para comandar a mais importante pasta do governo, Dilma encerra prematuramente o seu segundo mandato, para que Lula, o palestrante em fuga, inicie o seu terceiro, mesmo que na condição de presidente informal, mas de fato.
O Brasil se desfaz de maneira contínua no rastro da incompetência e da corrupção que emoldura o desgoverno petista, por isso é importante uma reação imediata e definitiva por parte da população, que não pode aceitar a perpetração de um novo golpe apenas porque Lula é um falastrão que aposta na impunidade.
