Lava-Jato: ex-tesoureiro das campanhas de Lula e Dilma abusa da ironia ao depor à força-tarefa

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Depois das gravações telefônicas que mostram a armação criminosa da cúpula petista para evitar que Lula fosse preso, desmontando a farsa da sua nomeação para o comando da Casa Civil, o ex-tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff, em 2010, José de Filippi Júnior disse à Polícia Federal que João Henrique Worn, seu “taxista de confiança”, foi à sede da UTC Engenharia, uma das empreiteiras flagradas no Petrolão, para “buscar brindes”.

A força-tarefa investiga se Filippi recebeu propina da UTC na esteira de contratos firmados com a Petrobras, empresa que durante uma década foi alvo de um esquema criminoso de desvio de dinheiro. Filippi prestou depoimento em 4 de março, quando foi conduzido coercitivamente na Operação Aletheia, 24ª fase da Lava-Jato, que colheu o depoimento mentiroso do ex-presidente Luiz Inácio da Silva.

No depoimento, José de Filippi disse que mantém relação com a UTC desde 2006 e que a empreiteira fez doações para as campanhas presidenciais petistas de 2006 (Lula) e 2010 (Dilma). O ex-tesoureiro declarou que todas as doações de campanha constam da contabilidade entregue à Justiça Eleitoral e ocorreram por meio de transferências eletrônicas. “Nunca realizaram nenhuma transação envolvendo dinheiro em espécie.”

De acordo com os investigadores, João Henrique Worn recebeu, em nome de José de Filippi, entre 2010 e 2014, cerca de R$ 750 mil em diversas oportunidades na sede da UTC, conforme planilha entregue aos investigadores pelo dono da empreiteira, Ricardo Pessoa, e Walmir Pinheiro, executivo da empresa. Pessoa e Pinheiro firmaram acordo de delação premiada, portanto não faltaram com a verdade.


No depoimento, Filippi afirmou que João Henrique é pessoa de confiança, “conhecendo inclusive sua família e frequentando sua casa”. Insistindo em desdenhar da investigação, o petista afirmou que “algumas vezes João Henrique foi até a empresa UTC buscar brindes para o declarante, em razão de datas comemorativas (Natal, aniversário, etc); que João Henrique nunca esteve na UTC com o propósito de arrecadar doações ou qualquer outra espécie de recurso financeiro”.

O depoente confirmou aos policiais que João Henrique conhece Walmir Pinheiro (UTC). “Desde 2009, João Henrique passou a ser motorista autônomo e o declarante como deputado federal, contratava seus serviços; que boa parte das vezes em que o declarante foi até a empresa UTC, João Henrique o levou; que a João Henrique inclusive conhece Walmir Pinheiro”, declarou José de Filippi.

O PT está sobre o fio da navalha em termos de futuro político, mas os integrantes da legenda investigados na Lava-Jato não apenas mantêm a enxurrada de mentiras, mas apresentam desculpas estapafúrdias para fatos que nem mesmo no máximo delírio encontram explicações. Enquanto essa ópera bufa protagonizada pelos “camaradas” ganha corpo, advogados simpatizantes da legenda se movimentam para que a quadrilha continue agindo de forma impune e deliberada.

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