Preocupada com os desdobramentos da crise, que piorou com a oficialização da saída do PMDB da chamada base aliada, a presidente Dilma Rousseff decidiu cancelar a viagem que faria aos Estados Unidos na próxima quinta-feira (31). A presidente tinha confirmado presença na 4ª Cúpula Sobre Segurança Nuclear, que acontecerá em Washington.
A decisão foi anunciada minutos após o PMDB confirmar o desembarque da base de apoio ao governo, o que fez com que a crise política avançasse ainda mais sobre a chefe do governo. Com a medida, Dilma permanece no País e impede que Michel Temer, vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, assuma o comando do País durante sua ausência.
Alguns palacianos afirmam que Dilma poderá mudar de ideia, comparecendo ao evento, mas as chances de isso ocorrer são pequenas, pois outros partidos políticos aliados do governo devem decidir pela ruptura nas próximas horas. Considerando que a equipe que cuida com antecedência da segurança e da logística da presidente fora do território nacional teve a viagem cancelada, a chance de Dilma ir à capital norte-americana é quase nula.
Essa manobra de última hora pode ser a primeira de muitas, pois o Palácio do Planalto tomou a decisão de retaliar Michel Temer em todas as oportunidades que surgirem. Essa operação começou com discursos encomendados a políticos petistas, que no Congresso Nacional começaram a ameaçar Temer e a rotulá-lo como golpista.
Outra frente de ataque que se abre contra Michel Temer foi inaugurada pelo petista Jaques Wagner. Ex-ministro da Casa Civil, de onde foi despejado para dar lugar a Lula, e chefe de gabinete da Presidência, Wagner disse nesta terça-feira (29) que se para uma presidente eleita com 54 milhões de votos a situação é difícil, que dirá para quem pode chegar ao poder sem voto algum.
O discurso de Jaques Wagner é mais uma retaliação ao PMDB, que garantiu a eleição e a reeleição de Dilma. Wagner sabe da importância do PMDB nesses longos e escandalosos anos da era petista, mas a ordem palaciana do momento é acionar a metralhadora giratória para tentar salvar o cargo de Dilma Rousseff, que em países minimamente sérios já teria sido ejetada do poder.
