PMDB oficializa rompimento com o governo e acirra a grave crise enfrentada por Dilma Rousseff

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Por aclamação, o PMDB decidiu desembarcar do combalido governo de Dilma Rousseff, o que acirra ainda mais a crise que se instalou no Palácio do Planalto. Falando em “momento histórico do partido”, o vice-presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), comandou uma quase meteórica convenção partidária que definiu por deixar a chamada base aliada.

Com a frase “Viva o Brasil”, Romero Jucá encerrou a reunião que oficializou o rompimento com o governo Dilma. Do evento não participaram o vice-presidente da República, Michel Temer, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os ministros indicados pelo partido e que devem entregar os respectivos cargos.

Por outro lado, contrariando a fala de Romero Jucá, que disse que ninguém ocupará cargos no governo federal em nome do partido, alguns ministros podem continuar no governo petista, desde que se licenciem da legenda. Do contrário, o PMDB perderá força, já que haverá um claro desrespeito à decisão partidária aprovada pela maioria dos integrantes da direção nacional.

Com a decisão anunciada por Jucá, que já era esperada, cresce a possibilidade de o processo de impeachment de Dilma Rousseff ser aprovado no plenário da Câmara dos Deputados.

Porém, no contraponto, enquanto o Brasil derrete à sombra de uma crise múltipla (política, econômica, institucional, ética e de competência), Dilma Rousseff, para manter-se no cargo, leiloará, com direito a vale tudo, os cargos que serão entregues pelos peemedebistas. Ministra da Agricultura, a neo-peemedebista Kátia Abreu deve não apenas permanecer no governo do PT, mas indicar alguém para assumir o Turismo, cujo responsável renunciou ao cargo na segunda-feira (28).


Com o desembarque do PMDB, a presidente da República passa a contar com quase 600 cargos na máquina estatal, que até esta terça-feira (29) eram ocupados por peemedebistas, para distribuir àqueles que optarem por apoiar um governo corrupto e paralisado.

O País precisa se livrar da crise, mas Dilma apelará ao fisiologismo canhestro que impera na política nacional, ignorando a necessidade crescente de se ter uma equipe ministerial integrada por pessoas capacitadas e experientes em suas áreas.

Já incensado à condição de principal inimigo do governo, o vice Michel Temer, que no caso de aprovação do impeachment assumirá o poder, precisa se livrar de dois obstáculos. O primeiro deles é a pecha de golpista que o Palácio do Planalto tenta a todo custo lhe impor, inclusive a bordo de discursos ameaçadores.

O segundo obstáculo está no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que mesmo com a eventual queda de Dilma prosseguirá analisando a Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME), que pode cassar a chapa da qual o peemedebista fez parte como vice. Isso porque a Justiça Eleitoral acolheu as denúncias de abuso de poder político-econômico por parte de Dilma na corrida presidencial de 2014.

No caso de o governo considerar a batalha como perdida, a presidente da República poderá enviar ao Congresso, como retaliação a Temer, proposta de emenda constitucional convocando nova eleição presidencial, como antecipou o UCHO.INFO em matéria publicada anteriormente, algo inédito na história política nacional.

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