Dilma aceita a delinquência política de terceiros na tentativa de barrar o impeachment e salvar o mandato

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A postura dos peemedebistas que ocupam cargos no governo federal na condição de ministros de Estado mostra à sociedade o quão corrupta é a administração da petista Dilma Rousseff, que diante da grave crise política promete uma reforma ministerial para a próxima sexta-feira (1º).

A ideia de Dilma é recompor a esfacelada base de apoio no Congresso Nacional, que desmoronou com a oficialização do desembarque do PMDB. Com o avanço da crise e a perda do apoio do PMDB, a presidente da República intenta distribuir cargos, aproximadamente 600, para ampliar a participação de alguns partidos – PP, PR e PSD – no governo.

Após a determinação da cúpula peemedebista de que todos deveriam deixar o governo e entregar seus respectivos cargos, os seis ministros do PMDB sinalizaram o desejo de ficar, decisão que foi anunciada pela ministra Kátia Abreu, da Agricultura, que é amiga de Dilma e há muito vem rasgando seu discurso oposicionista de outrora.

No momento em que os ministros peemedebistas contrariam a decisão da direção nacional da legenda, fica claro que há, por um lado, um racha partido, mas por outro mostra o apego ao poder por parte de alguns. Isso significa que ninguém quer abrir mão da chamada “boca rica”, especialmente em ano de eleições municipais.

Atualmente, peemedebistas ocupam seis ministérios: Agricultura, Saúde (maior orçamento do governo), Ciência e Tecnologia, Portos, Minas e Energia e Aviação Civil. Desses, pelo menos três podem deixar os cargos, mas já sinalizaram que precisam de tempo para a retirada. Com isso,considerando a contrapartida que esses ministros poderão oferecer ao governo no Congresso, em especial na Câmara dos Deputados, o PMDB deve ficar com no máximo dois cargos.

Mesmo assim, todos os ministros do PMDB já colocaram os cargos à disposição de Dilma Rousseff, que precisa reinventar a base aliada. Esse processo de negociação vem sendo conduzido pelo ex-presidente Lula, o lobista-palestrante que é quase ministro. Com a nomeação como ministro da Casa Civil suspensa por decisão da Justiça, Lula tem despachado em um hotel localizado ao lado do Palácio da Alvorada, onde tem recebido lideres e dirigentes partidários para negociação de cargos em troca de apoio no caso do impeachment.


Um dos partidos cortejados pelo Palácio do Planalto é o PP, como mencionado acima, mas uma negociação com a legenda é o que se pode chamar de assassinato da coerência. Como sabem os leitores, o PP é o partido com o maior número de integrantes investigados na Operação Lava-Jato, sendo que alguns já foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República. Ou seja, a presidente, em troca de apoio, colocaria na Esplanada dos Ministérios membros de uma legenda recheada de suspeitos de corrupção.

Como se não bastasse, o ex-deputado federal Pedro Corrêa (PE), condenado à prisão na Ação Penal 470 (Mensalão do PT) e preso na Lava-Jato, já firmou acordo de colaboração premiada com a força-tarefa que investiga o Petrolão, o maior escândalo de corrupção de todos os tempos.

Em depoimento de delação, Pedro Corrêa afirmou que Lula sempre soube do esquema criminoso que funcionou durante mais de uma década na Petrobras, assim como acusou Dilma. Tanto é assim, que dos 70 anexos que compõem a delação de Corrêa, cinco são dedicados à presidente da República.

A lama que brota desse escambo capitaneado pelo Palácio do Planalto, com a ajuda do alarife Lula, é tamanha, que o PP, que nesta quarta-feira (30) decidiria sobre a ruptura como o governo, preferiu postergar a decisão para um dia antes da votação do processo de impeachment na Comissão Especial. Para enganar a opinião pública, o líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro, disse que os parlamentares estão liberados para votar contra ou a favor do impedimento da presidente. Em outras palavras, faz de conta que somos sérios e defensores da democracia.

Esse cenário típico de organizações mafiosas mostra o grau de degradação moral a que chegou o governo mais corrupto da história nacional. Muito além do crime de responsabilidade, condição basilar para um pedido de impeachment, o baixo nível do governo é motivo mais que suficiente para que Dilma deixe o governo o quanto antes. Afinal, se vingar a manobra da presidente, o Brasil estará fadado a novo e longo período de delinquência política.

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