Tuberculose em presídios reúne especialistas em evento em Brasília

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Gestores de saúde prisional e de tuberculose reúnem-se nesta quarta-feira (30), em Brasília, para debater a doença e o acesso à saúde dentro dos presídios brasileiros. Com uma incidência de casos 28 vezes maior que a população geral, o sistema prisional brasileiro, nos moldes atuais, é o ambiente ideal para a propagação da tuberculose, devido às condições de falta de ventilação e pouca entrada de luz solar.

Em 2013, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT), do Departamento de Vigilância em Doenças Transmissíveis (DEVIT), da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Justiça, em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), submeteu um projeto ao TB Reach, com vistas a aumentar a detecção de casos de tuberculose no sistema prisional.

O TB Reach é um fundo internacional, ligado ao STOP TB Partnership, cujo objetivo é promover o aumento do rastreamento de casos de tuberculose, proporcionando o tratamento oportuno e a interrupção da cadeia de transmissão da doença.

No Brasil, o projeto TB Reach foi elaborado na perspectiva de apoiar a implementação e ampliação de duas frentes: detecção de casos por meio da testagem e ações de educação em saúde com toda a comunidade carcerária (presos e familiares, profissionais de saúde e de segurança).


Com a aprovação do projeto, as atividades de rastreamento foram aplicadas em três complexos penitenciários: Presídio Central de Porto Alegre (PCPA), em Porto Alegre, e Penitenciária Estadual de Jacuí (PEJ), em Charqueadas (RS), e na Penitenciária de Gericinó (complexo de Bangu), Rio de Janeiro.

Resultados

No presídio Central de Porto Alegre, entre outubro de 2014 e dezembro de 2015, 8787 internos foram investigados e foram confirmados 238 casos de tuberculose. Nas outras unidades prisionais do projeto, a investigação foi feita por menos tempo, resultando em um número menor de casos confirmados, com 29 na PEJ e dez casos em Bangu.

Esses números demonstram a importância de se fazer o rastreamento dos casos para que se inicie o tratamento precocemente e a cadeia de transmissão seja interrompida.

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