“Carbono 14”: líder do PPS diz que Ronan e Silvinho Pereira podem ajudar a implodir o PT

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Deputado federal pelo PPS do Paraná e líder da legenda na Câmara, Rubens Bueno afirmou que a Operação Carbono 14, 27ª fase da Operação Lava-Jato, deflagrada nesta sexta-feira (1º) ajudará a interligar uma série de crimes cometidos por integrantes do PT, como antecipou o UCHO.INFO ao longo dos últimos dez anos, e poderá resultar em depoimentos que ajudem a abalar de vez a estrutura do partido. Na avaliação do parlamentar, o governo e o PT temem, não é de hoje, que o empresário Ronan Maria Pinto e o ex-secretário do partido, Silvio Pereira, o Silvinho Land Rover, agora presos, têm a dizer.

“O governo e o PT sabem do potencial explosivo das revelações que eles podem fazer. Está ciente de que os depoimentos ajudariam a implodir o PT. Não é a toa que a Lava Jato investiga se o PT usou de sua estrutura de corrupção para pagar pelo silêncio de Silvinho Pereira e de Ronan”, afirmou o parlamentar que, na CPI Mista da Petrobras, pediu a convocação do empresário e do jornalista Breno Altman, que nesta sexta-feira, junto com o ex-tesoureiro do PT e do mensalão, Delúbio Soares, foi alvo de condução coercitiva durante a nova fase operação. “Infelizmente a blindagem do PT e de partidos aliados impediu a aprovação das convocações. A Lava Jato mostra agora que estávamos no caminho certo”, relembra Rubens Bueno.

Para o líder do PPS, a força tarefa está realizando agora um trabalho que interliga denúncias antigas envolvendo o PT, como os esquemas de propina envolvendo lixo e transporte público em prefeituras paulistas, o assassinato do ex-prefeito Celso Daniel, o Mensalão e o Petrolão.

“Estão traçando a linha do tempo dos crimes de uma organização criminosa que tomou de assalto o estado brasileiro. Não é possível mais conviver com isso, a sociedade está indignada e o impeachment da presidente Dilma ganha mais força a cada dia”, avaliou o deputado.



A ligação com a morte de Celso Daniel

Alvo de mandado de prisão, Ronan Maria Pinto é um personagem relacionado ao nebuloso caso do assassinato do prefeito petista de Santo André (SP), Celso Daniel, ocorrido em 2002. A Operação Carbono 14 tem entre seus pontos de partida um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões junto ao Banco Schain tomado por José Carlos Bumlai, empresário e amigo do ex-presidente Lula.

Metade desse dinheiro, R$ 6 milhões, foi parar nas mãos de Ronan, que é dono do jornal Diário do Grande ABC. O empréstimo foi feito na época do Mensalão do PT, como relevou o operador do esquema, o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza.

No despacho que autorizou a operação, o juiz Sérgio Moro ressalta que “é ainda possível que este esquema criminoso tenha alguma relação com o homicídio, em janeiro de 2002, do então Prefeito de Santo André, Celso Daniel, o que é ainda mais grave”.

A suspeita é de que o repasse para Ronan serviu como um “cala boca”, um pagamento para que ele não contasse o que sabia sobre a morte do prefeito petista. O empresário, como vários veículos de imprensa já publicaram, teria chantageado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o então secretário da Presidência, Gilberto Carvalho e o ex-ministro José Dirceu.

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