O presidente Barack Obama, dos Estados Unidos, afirmou no domingo (10) que o pior erro do seu governo foi não ter pensado no futuro da Líbia após a intervenção militar de 2011, que ajudou a derrubar a ditadura de Muammar al-Kahddafi. A intervenção, porém, foi a decisão correta, disse Obama.
Numa entrevista à emissora Fox News, o entrevistador fez ao presidente uma série de perguntas rápidas sobre o seu período na Casa Branca, que terminará em janeiro de 2017. À pergunta “qual foi o seu pior erro?”, Obama respondeu: “Provavelmente não planejar o ‘day after’ [dia seguinte] do que, penso, foi a decisão correta de intervir na Líbia”.
Esta não é a primeira vez, nas últimas semanas, que Obama fala da Líbia, um Estado quebrado, vítima do caos e da guerra civil desde que, em 2011, a comunidade internacional contribuiu militarmente para a vitória dos rebeldes sobre a ditadura de Kahddafi com ataques aéreos destinados a proteger civis.
Em longa entrevista publicada em março na revista “The Atlantic”, Obama reconheceu que foi um erro intervir militarmente na Líbia ao abrigo da OTAN.
“Quando olho para trás e me pergunto o que é que ocorreu mal, há margem para críticas, porque tinha mais fé de que os europeus, dada a proximidade com a Líbia, iriam se envolver mais” na estabilização do país depois da operação militar, afirmou na época, referindo-se em particular à França e ao Reino Unido.
Nos últimos meses, os EUA bombardearam duas vezes o grupo extremista “Estado Islâmico” na Líbia, onde os jihadistas têm explorado o caos em que se transformou o país após a queda de Muammar al-Kahddafi, com o objetivo de criar um novo bastião na costa do Mar Mediterrâneo. (Com agências internacionais)