Impeachment: desembarque do PP e do PRB leva o governo a considerar possibilidade de derrota

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Enquanto Dilma Rousseff e seus obedientes comandados insistem no mantra “impeachment é golpe”, partidos da base aliada batem em retirada. Não que as legendas sejam redutos de moralidade, mas em ano de eleições municipais ninguém arrisca subir no palanque com o carimbo de parceiro de um governo corrupto e incompetente.

Nesta terça-feira, em evento palaciano de encomenda, Dilma centrou suas críticas cansativas em Michel Temer e Eduardo Cunha, chamados de “chefes do golpe” e “chefes da conspiração”, mas do outro lado da Praça dos Três Poderes, mais especificamente na Câmara dos Deputados, dois partidos da base decidiram pela deserção: PP e PRB.

A bancada do Partido Progressista decidiu, após reunião, que votará a favor da continuidade do processo de impeachment da presidente da República, acusada de crime de responsabilidade cometido no vácuo das “pedaladas fiscais”. A decisão foi anunciada pelo líder do partido, Aguinaldo Ribeiro (PB), que resistiu até o último instante, pois já havia declarado ser contra o afastamento da petista.

Aguinaldo, que faz parte do “clubinho privado do PP”, comandado pelo senador Ciro Nogueira (presidente da legenda), a orientação para a bancada na votação em plenário será pela instauração do processo de impedimento.


O PP vinha administrando um racha interno que crescia com o passar do tempo, já que forte era a pressão para que o partido rompesse com o governo. Enquanto isso, os caciques da legenda negociavam com Lula cargos no primeiro escalão do governo, garantindo como moeda de troca o voto unificado contra o impeachment.

Contudo, como antecipou o UCHO.INFO em matéria anterior, Lula errou ao negociar apenas com Ciro Nogueira, não ouvindo a bancada de 47 deputados federais. Inconformados com as quireras que receberam do “clubinho do Ciro” nos últimos anos, a maioria dos deputados do PP decidiu dar o troco e anunciou voto a favor do impeachment.

Também nesta terça-feira, a bancada do PRB na Câmara decidiu votar a favor do processo de impeachment da presidente da República. Primeira legenda a desembarcar do governo, o PRB, que devolveu o Ministério do Esporte, votará em bloco a favor do impedimento da petista. O partido tem 22 deputados federais.

As decisões de ambas as legendas caíram na sede do governo com o acre sabor de derrota, pois os palacianos contavam com o apoio dos outrora aliados para barrar o impeachment na votação em plenário, cujo início está marcado para a próxima sexta-feira (15).

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