A Operação Lava-jato continua fazendo estragos na política nacional, como já era esperado. Engenheiro e um dos donos da empreiteira Engevix, José Antunes Sobrinho, negociou acordo de delação premiada e teria feito acusações que comprometem sobremaneira o vice-presidente Michel Temer, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e os ex-ministros Erenice Guerra e José Dirceu.
Matéria da mais recente edição da revista Época, Antunes Sobrinho, preso pela Lava-Jato, preparou uma proposta de delação com 30 anexos, cada um deles com personagens e detalhes de crimes distintos.
Em relação a Michel Temer, o empreiteiro teria afirmado que pagou propina a operadores que falavam em nome do vice-presidente da República, situação que se repetiu com Renan Calheiros. Outra afirmação bombástica é a destinação de recursos ilícitos para o PT, como pagamento por vantagens em obras e em estatais, como a Caixa Econômica Federal.
Antunes Sobrinho afirmou que pagou pedágio a um intermediário para ser apresentado a Carlos Araújo, ex-marido de Dilma, a quem teria pedido ajuda para manter concessões em dois aeroportos, supostamente ameaçadas por causa da insatisfação do Palácio do Planalto com o ritmo de obras nos mesmos. O dono da Engevix também teria pedido a Carlos Araújo intervenção na liberação de financiamento para a empreiteira.
Na delação, o empreiteiro ressaltou que jamais recebeu qualquer cobrança direta por parte Carlos Araújo, ao mesmo tempo em que afirmou ignorar se o intermediário atuava por conta própria ou como representante do ex-marido da presidente da República.
Como é de conhecimento dos leitores do UCHO.INFO, Antunes Sobrinho teria feito pagamentos para Erenice Guerra e José Dirceu, mas a revista semanal não detalhou esse trecho da delação premiada.
O dono da Engevix é acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro na mesma ação a que também responde o ex-ministro José Dirceu. Antunes Sobrinho foi preso no dia 21 de setembro de 2015, na Operação “Nessun Dorma”, 19ª fase da Lava-Jato.