Ministros insistem em transferir responsabilidade de Dilma para terceiros, diz Caiado

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Líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado (GO) rebateu, nesta sexta-feira (29), a defesa dos ministros governistas na Comissão Especial do Impeachment. Os emissários palacianos tentaram transferir a responsabilidade da presidente Dilma Rousseff para terceiros. Na opinião do parlamentar goiano, os ministros da Fazenda, Nelson Barbosa; da Advocacia-Geral da União, José Eduardo Martins Cardozo; e da Agricultura, Kátia Abreu usaram argumentos frágeis para desqualificar o processo de impeachment já admitido na Câmara e em avaliação no Senado.

Caiado citou a ilegalidade na edição de créditos suplementares sem aval do Congresso Nacional, o pagamento dos subsídios do Plano Safra pelo Banco do Brasil, quando esse deveria ser pago pelo governo, e a postura ofensiva às instituições brasileiras de Cardozo ao classificar o impeachment como golpe.

“O ministro da Fazenda diz que Dilma não tem que responder por todas as matérias, mas o artigo 76 da Constituição estabelece que o poder Executivo é exercido pela presidente. E houve sim ilegalidade na edição na abertura de crédito suplementar sem autorização do Congresso. Para o governo, é a meta fiscal que tem que perseguir o resultado e não o contrário! Já ao Advogado-Geral da União questionei: como uma pessoa na sua função de quem deve zelar pelos poderes constituídos, acusa o processo de impeachment de golpe ofendendo o Legislativo e o STF? A imprensa internacional, ao contrário do que Cardozo disse, não classifica impeachment de golpe. Jornais renomados como Financial Times, New York Times e La Nación não caíram na farsa que o governo tenta vender”, argumentou Caiado.

Sobre o Plano Agrícola e Pecuário e Plano Safra da Agricultura, o líder do Democratas mostrou o gráfico que aponta o tamanho do calote governista ao Banco do Brasil a partir do segundo mandato de Lula. A lei fixa um prazo para que o governo faça o ressarcimento ao banco após a transferência de recursos para o pagamento dos subsídios do programa.


“Temos que mostrar a verdade. Se o banco não foi ressarcido, teve que arcar sozinho com a equalização dos juros e faltou dinheiro para a política agrária. Os agricultores foram penalizados, principalmente os pequenos. E de uma certa maneira causa constrangimento uma ministra da Agricultura se manter em um governo que transformou o Planalto em palanque para o MST, um movimento que implantou um clima de terror no Brasil”, afirmou.

Caiado criticou a ministra da Agricultura, conhecida representante do agronegócio e presidente licenciada da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), como antecipou o UCHO.INFO, por integrar um governo que incentiva a invasão de propriedades rurais por parte dos sem-terra, apenas porque nesse momento de crise Dilma tem o apoio desses baderneiros profissionais.

“É algo difícil de poder continuar atendendo um governo que neste momento fomenta cada vez mais a invasão, a destruição do setor produtivo, aí manipulado pelo MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra] e muito bem financiado pelo atual governo”, afirmou Caiado.

Kátia Abreu, por sua vez, rebateu a crítica acusando Caiado de ter votado contra o impeachment de Collor. “Eu me recuso a responder questões pessoais, de foro íntimo, se fico ou não fico no governo. Mesmo porque quando vossa excelência foi um dos únicos 33 votos que apoiou o Collor e ficou contra o impeachment, eu jamais o questionei, lhe respeitei e não lhe dei essa ousadia”, disse a ministra.

E Ronaldo Caiado reagiu à provocação: “Tenho que dizer à minha nobre colega, senadora Kátia Abreu, que eu evoluí, evoluí para melhor”.

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