Lava-Jato: procurador pede ao STF autorização para investigar Lula, Dilma e José Eduardo Cardozo

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Se de fato há no Brasil um golpe em marcha, esse foi interrompido nesta terça-feira (3), ao mesmo tempo em que despencou a máscara que escondia a bazófia dos integrantes do partido responsável pelo período mais corrupto da história nacional.

Procurador-geral da República, Rodrigo Janot enviou ao Supremo Tribunal Federal pedido de abertura de inquérito para investigar o lobista-palestrante Lula, a ainda presidente Dilma Rousseff e o advogado-geral da União, José Eduardo Martins Cardozo, por suposta obstrução à Justiça, algo materializado na tentativa de embaralhar a Operação Lava-Jato.

Com a chancela de sigiloso, o pedido da PGR será analisado pelo ministro Teori Zavascki, relator no STF dos processos decorrentes da Lava-Jato. O sigilo explica-se pelo fato de que o pedido tem como base as gravações de conversas telefônicas nada republicanas – e chulas – entre Dilma e Lula, cujo segredo já foi decretado pelo Supremo após o ex-metalúrgico espernear á vontade por se julgar acima da lei.

O ponto de partida do pedido foi a delação premiada do senador Delcídio Amaral, que, assim como seu assessor Diogo Ferreira, revelou às autoridades detalhes da indicação do ministro Marcelo Navarro Dantas para o Superior Tribunal de Justiça. Segundo Delcídio, o ministro do STJ tinha o compromisso de decidir pela soltura dos executivos e donos das empreiteiras presos no vácuo do Petrolão, o maior escândalo de corrupção de todos os tempos.

No pedido, Janot também cita a estranha e apressada nomeação de Lula como ministro da Casa Civil, manobra palaciana cujo objetivo era blindar o petista-mor contra eventual pedido de prisão por parte do juiz Sérgio Moro, responsável na primeira instância pelos processos da Lava-Jato.


A suspeita nomeação de Lula passou a ser analisada com base em gravação autorizada e divulgada pelo juiz Sérgio Moro de uma conversa entre o ex-presidente e Dilma na véspera da posse. No diálogo, a presidente diz a Lula que um emissário do Palácio do Planalto (messias) lhe entregaria um “termo de posse”, o qual deveria ser usado somente “em caso de necessidade”.

Os investigadores suspeitam que o documento foi enviado às pressas, junto com a respectiva nomeação em edição extra do “Diário Oficial da União”, para evitar eventual prisão do ex-presidente pelo juiz Sérgio Moro, como mencionado acima. Para o procurador-geral, a manobra rasteira da presidente denota crime de obstrução da Justiça.

Em abril, Janot enviou ao STF parecer em que destaca o “desvio de finalidade” de Dilma na escolha de Lula para assumir a Casa Civil, medida que tinha como objetivo atrapalhar ao máximo as investigações da Operação Lava-Jato. Lula só não tomou posse porque o ministro Gilmar Mendes, do STF, suspendeu a nomeação.

Em depoimento de colaboração premiada, Delcídio, que após a prisão foi abandonado pelo PT e pelo governo, além de ter sido chamado de “imbecil” por Lula, não economizou palavras para acusar José Eduardo Cardozo, que à época estava à frente do Ministério da Justiça. O senador afirmou às autoridades que Cardozo fez diversas incursões nos bastidores na tentativa de conseguir a libertação de presos da Lava-Jato, os quais representavam séria ameaça ao governo e ao Partido dos Trabalhadores.

O pedido de inquérito enviado pelo procurador também menciona gravação feita por Eduardo Marzagão, assessor de Delcídio, de conversa com o então ministro da Educação, Aloizio Mercadante. No diálogo, o desavisado Mercadante teria oferecido ajuda financeira em troca do silêncio de Delcídio, para evitar que o senador avançasse na negociação do acordo de delação premiada.

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