Lava-Jato: denúncia da PGR de obstrução da Justiça coloca Lula mais perto do juiz Sérgio Moro

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Como antecipou o editor do UCHO.INFO no programa QUE PAÍS É ESSE?, Lula não vive o seu melhor momento. Não bastasse o afastamento da “companheira” Dilma Vana Rousseff, sua sucessora no Palácio do Planalto, o lobista-palestrante tem alternado momentos de resistência à crise política e momentos de depressão com direito a choro. Essa informação é de pessoa muito próxima a Lula, uma espécie de conselheiro cotidiano do ex-metalúrgico.

O quadro enfrentado por Lula encontra explicação em alguns fatos. De político com maior aprovação na história do País a investigado em casos de corrupção, o petista agora teme ser preso, algo que pode acontecer a qualquer momento por determinação do juiz federal Sérgio Moro, responsável na primeira instância da Justiça Federal pelos processos decorrentes da Operação Lava-Jato. Isso tem tirado o ânimo do petista-mor, que não mais esconde o seu semblante de derrotado.

Alvo da Operação Zelotes e do Ministério Público de São Paulo (caso do triplex praiano), Lula agora é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de ter tentado obstruir o trabalho da Justiça no caso de Nestor Cerveró. A denúncia contra o ex-presidente da República é um dos muitos efeitos colaterais da delação premiada de Delcídio Amaral, no âmbito da Lava-Jato, que afirmou ter se reunido com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, a mando de Lula e Dilma.

A PGR concluiu que Delcídio, seu ex-chefe de gabinete, Diogo Ferreira, Lula, o pecuarista José Carlos Bumlai e o filho deste, Maurício Bumlai, uniram-se de forma criminosa para comprar o silêncio de Cerveró por R$ 250 mil.

Segundo a denúncia, o primeiro pagamento, no valor de R$ 50 mil, foi feito por Delcídio em maio de 2015 com dinheiro recebido de Maurício Bumlai durante um almoço. A quebra de sigilo bancário mostra que Maurício Bumlai fez dois saques de R$ 25 mil dias antes do encontro.


A denúncia da PGR destaca que Diogo Ferreira fez os pagamentos que restavam em outras quatro datas, entre junho e setembro do ano passado, sempre com dinheiro sacado por Bumlai em uma agência do Bradesco da Rua Tutóia, na Zona Sul da capital paulista.

Para chegar à participação de Lula no imbróglio, a Lava-Jato quebrou o sigilo telemático do Instituto que leva o nome do petista. E-mails mostram que Lula reuniu-se com Delcídio Amaral pelo menos cinco vezes entre abril e agosto de 2015, ou seja, antes e durante a execução do plano para silenciar Nestor Cerveró.

Uma das reuniões ocorreu no próprio instituto, em 8 de maio, dias antes de Delcídio fazer o primeiro pagamento, segundo a denúncia.

Delcídio afirmou em depoimento de colaboração premiada que, no encontro, o ex-presidente da República manifestou preocupação diante da possibilidade de Bumlai ser preso por causa de delações no escopo da Lava-Jato, ressaltando na ocasião que o pecuarista necessitava de ajuda.

Ao final da denúncia, a PGR conclui que Lula “impediu e/ou embaraçou investigação criminal que envolve organização criminosa, ocupando papel central , determinando e dirigindo a atividade criminosa praticada por Delcídio do Amaral, André Santos Esteves, Edson de Siqueira Ribeiro, Diogo Ferreira Rodrigues, José Carlos Bumlai” e pede a condenação dos denunciados por obstrução da Justiça.

Em 29 de agosto de 2014, o UCHO.INFO afirmou em detalhada matéria que não demoraria muito para que a Operação Lava-Jato subisse a rampa do Palácio do Planalto, alvejando os principais gabinetes e seus frequentadores.

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