Meirelles diz que primeiras medidas serão para controlar dívida pública; anúncio acontece nesta terça-feira

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Previsto para esta terça-feira (24), o anúncio de medidas econômicas pode decepcionar aqueles que esperam a revelação de um amplo conjunto de soluções para a situação das contas públicas brasileiras, deterioradas pela irresponsabilidade da presidente afastada Dilma Rousseff na condução da economia nacional.

Segundo sinalização dada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o anúncio desta terça terá como prioridade o controle no aumento da dívida pública. Outras medidas deverão ser anunciadas mais adiante, dependendo do cenário político e da reação da sociedade.

De acordo com o ministro, se nada for feito, a relação entre dívida pública e PIB pode superar os 80% em alguns anos, o que é um sinal perigoso para uma economia que um dia sonhou ser emergente. “Amanhã serão anunciadas as primeiras medidas para endereçar a questão da dívida pública. Outras medidas serão anunciadas no devido tempo”, ressaltou Meirelles.

O objetivo da equipe econômica é dar uma ideia do “plano de voo, da direção” do que está sendo planejado. Ainda de acordo com Meirelles, são medidas com efeitos plurianuais e impactos permanentes. A aprovação dessa “linha de ação” por parte do Congresso Nacional trará segurança ao conjunto da sociedade econômica, entre eles trabalhadores, empresários e aposentados.

Também conforme o ministro da Fazenda, o aumento de impostos, uma das alternativas adotadas por antigos governos sempre que a situação fiscal se deteriorava, é um entrave, já que o tamanho da carga tributária chegou a um patamar que “introduz a ineficiência”.

No contraponto, muito há de ser feito do ponto de vista discricionário, porém a margem de manobra é pequena em função de despesas enxertadas nas contas públicas ao longo dos últimos anos, forma encontrada pelo PT para vender a ideia de que o Brasil é uma versão tropical do país de Alice. A mudança nos gastos discricionários depende de aprovação do Congresso.

Na segunda-feira (23), Henrique Meirelles ratificou que a nova equipe econômica pretende eliminar a trajetória de alta da dívida pública, estabilizá-la em “determinado momento” para, em seguida, voltar a cair. “E tem que ficar claro que não é uma mera declaração de intenção”, disse o titular da Fazenda.

Com a aprovação de medidas de longo prazo, a atividade, a geração de empregos e os investimentos seriam retomados. “É muito importante que todo o processo de ajuste será viabilizado por uma arrecadação que seja crescente e por um País que esteja crescendo”, destacou o ministro, confiante de que as ações a serem adotadas ajudarão no econômico crescimento do País e, ato contínuo, da arrecadação.

“As medidas tomadas pelo governo não são um fim em si mesmas, são um meio”, disse, após citar como a necessidade de garantir o recebimento de benefícios futuro por parte dos aposentados. “Muito obrigado e vamos trabalhar”, disse Meirelles ao final da palestra feita no “Fórum Veja – O Brasil que temos e o Brasil que queremos”.

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