Operação Vício: nova fase da Lava-Jato complica ainda mais a situação do petista José Dirceu

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Já condenado a 23 anos e três meses de prisão por envolvimento no escândalo de corrupção conhecido como Petrolão, o petista José Dirceu de Oliveira e Silva terá mais adiante novos problemas com a Justiça. Isso porque a força-tarefa da Operação Lava-Jato deflagrou nesta terça-feira (24) mais operação, batizada de Vício.

A Operação Vício, a 30ª fase da Lava-Jato, mirou empresas que forneciam tubulações para a Petrobras, além de executivos e sócios da mesma. A PF também colocou na mira da operação um escritório de advocacia utilizado como “trem pagador”, dois funcionários da estatal e operadores financeiros. De acordo com as investigações, as empresas teriam pago aproximadamente R$ 40 milhões em propinas no Brasil e no exterior.

Os policiais que participam da Operação Vício cumprem dois mandados de prisão preventiva contra Eduardo Aparecido de Meira e Flávio Henrique Macedo – sócios da Credencial Construtora e Empreendimentos, empresa de fachada usada para o pagamento de propina –, nove mandados de condução coercitiva e dezesseis mandados de busca e apreensão. Os investigados são acusados de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.


Os investigadores apontam que a Credencial foi utilizada para viabilizar o pagamento de propina a José Dirceu e seu irmão, como sempre “mediante a celebração de contratos ideologicamente falsos”. Essa nova fase da Lava-Jato teve como ponto de partida as informações prestadas por delatores, que de igual modo pagaram propina à diretoria de Serviços da Petrobras, então comandada por Renato Duque, cujas condenações já ultrapassam 50 anos de prisão.

Com a deflagração da Operação Vício é possível imaginar como José Dirceu conseguiu contratar um dos mais badalados e caros criminalistas do País para defendê-lo no âmbito da Lava-Jato. Recentemente, contrariando o volume de dinheiro sujo recebido por Dirceu, o advogado disse que o cliente estava sem receber visitas da família por causa de dificuldades financeiras que impediam o deslocamento até Curitiba.

É papel do advogado defender o cliente em todas as circunstâncias, inclusive valendo-se de afirmações que carecem de veracidade, mas o conceituado criminalista Roberto Podval não pode querer que a informação sobre a penúria financeira enfrentada pela família de José Dirceu seja aceita como a máxima das verdades.

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