Crise econômica: analistas elevam projeção de inflação e reduzem queda do PIB em 2016

crise_1009

Com a chegada do governo interino de Michel Temer ressurgiu a esperança de dias melhores, mas a realidade da economia brasileira mostra que esse sonho ainda há de demorar um bom tempo. Afinal, Dilma Rousseff, a afastada, promoveu um desastre na economia verde-loura, ao passo que Temer não é conhecido como operador de milagres.

Divulgado nesta segunda-feira (30), a exemplo do que acontece semanalmente, o Boletim Focus, do Banco Central, trouxe projeções pouco animadoras para a economia em 2016. De acordo com os analistas do mercado financeiro consultados pelo BC, a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deve encerrar o ano em 7,06%, contra 7,04% da previsão anterior. Em relação a 2017, a estimativa para o IPCA permaneceu em 5,50%, índice que permanece inalterado há duas semanas. Em ambos os casos, o IPCA está acima do centro da meta estabelecido pelo governo, que é de 4,5%.

Um dos instrumentos utilizados pelo Banco Central para levar a inflação oficial ao centro da meta é a taxa básica de juro, a Selic, que continua em 14,25% ao ano, uma das maiores taxas do planeta. Os economistas apostam que a Selic deve encerrar o corrente ano na casa de 12,88%, contra 12,75% da estimativa anterior. No tocante a 2017, os especialistas preveem que a Selic deve chegar ao final do ano no patamar de 11,25%, contra 11,38% da previsão anterior.


Confirmando o cenário de recessão que domina a economia nacional, a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2016 registrou leve recuo, mas nada que justifique comemorações. Os economistas apostam em recuo de 3,81%, contra retração de 3,83% prevista no último levantamento. Isso mostra que a economia brasileira demorará muito para recuperar o terreno perdido, já que na somatória dos três últimos anos o recuo do PIB é de aproximadamente 8%. Para 2017 os especialistas preveem crescimento de 0,55% do PIB, contra 0,50% da estimativa da semana anterior.

Na seara do câmbio, os economistas projetam que ao final de 2016 o dólar estará valendo R$ 3,65. Há uma semana, a projeção era de R$ 3,67. Para o fim de 2017, a estimativa para a moeda norte-americana recuou de R$ 3,88 para R$ 3,85.

A conjunção dos números divulgados pelo Boletim Focus demonstram de forma inequívoca que reverter o caos que se instalou na economia dependerá de muito esforço do governo e compreensão excessiva por parte da população, que terá de enfrentar longos meses com inflação alta, desemprego, taxas de juro elevadas, consumo em queda e falta de investimentos oficiais.

apoio_04