PF saiu à caça de corruptos em Brasília e ex-sócio de André Vargas acordou a reboque do medo

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Na manhã desta sexta-feira (3), quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Esfinge, em Brasília e São Paulo, com direito a mandados de prisão e de busca e apreensão, na capital do País muitas pessoas que têm o chamado “rabo preso” tiveram suadouro, taquicardia e dor de barriga. Isso porque em Brasília há muita gente à espera de um agente da PF com mandado na mão.

A Operação Esfinge tem como alvo um grupo acusado de fraude em licitações, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro. As investigações miram contratos de mais de R$ 6 bilhões, incluindo uma licitação da Casa da Moeda. A PF trabalha com a informação de que o bando teria movimentado mais de R$ 70 milhões em propina.

Os mandados de prisões preventivas alcançaram Marcelo Fisch, auditor fiscal e ex-chefe de Fiscalização da Receita Federal, e de sua mulher. Segundo a PF, a dupla foi indiciada e denunciada por crimes de corrupção ativa e passiva.

O pavor que tomou conta de alguns enrolados em Brasília aumentou quando surgiu a informação truncada de que um dos mandados de prisão era em desfavor de investigado de nome Marcelo. Foi o bastante para que os ex-sócios de André Vargas Ilário, preso na Operação Lava-Jato, acordassem mais cedo e começassem a orar para todos os santos de plantão.

Vargas, que foi para atrás das grades por causa de relação pouco ortodoxa com o doleiro Alberto Youssef e por conta de um intrincado esquema de fraude e corrupção, comandava um grupo de alarifes que tinha seus negócios disparados a partir da empresa IT7 Sistemas, especializada em tecnologia da informação.


Um dos donos da IT7 é Marcelo Simões, que durante anos a fio se prestou ao papel de despachante de luxo do ex-petista André Vargas, que usou o cargo de vice-presidente da Câmara dos Deputados e sua então proximidade com o Palácio do Planalto para conseguir nos subterrâneos do poder contratos mais que suspeitos.

Dessa operação nada republicana participou um empresário de Brasília que atende pelo nome de Alceu. Arrogante, externando sinais de riqueza e sempre esbanjando o dinheiro fácil, Alceu reduziu drasticamente suas aparições públicas depois da prisão de condenação de Vargas, que alimentou o caixa 2 de muitos antigos companheiros de partido a partir de notas fiscais emitidas pela IT7.

O tal Alceu, que já não é visto com tanta frequência em locais conhecidos e famosos de Brasília, trocou um luxuoso apartamento de cobertura no Setor Noroeste da cidade por uma confortável e cara mansão à beira do Lago Sul, onde passa dias a fio controlando a ansiedade diante da possível descoberta do esquema.

Segundo apurou o UCHO.INFO, o grupelho comando por André Vargas, que estaria dando ordens mesmo na prisão, conseguiu, no apagar das luzes do desgoverno de Dilma Rousseff, mais um canhestro e milionário contrato com o governo federal. Com requintes de bandidagem para fazer inveja ao experimentado Al Capone. Fato é que qualquer sirene que soa mais estridente na porção Sul do Lago Paranoá faz com que alguns alarifes percam o sono e rezem como se carolas fossem.

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