Delação de Odebrecht comprova que Dilma valeu-se do Petrolão e confirma necessidade do impeachment

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Entre as muitas revelações feitas pelo empreiteiro Marcelo Odebrecht, presidente afastado do grupo Odebrecht e preso na Operação Lava-Jato, a mais comprometedora envolve a afastada Dilma Rousseff, que, segundo o delator, pediu pessoalmente o repasse de R$ 12 milhões, oriundos do esquema do Petrolão, para o caixa 2 de sua campanha. Essa grave afirmação, que por certo tem meios de comprovação, reforça a necessidade de impeachment da petista.

Esse é o sentimento dos políticos da base de apoio ao governo interino de Michel Temer. Entre os indignados com as afirmações de Odebrecht está o líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR), que nesta segunda-feira (6) disse que está provado que Dilma não apenas sabia do esquema de corrupção que funcionou deliberadamente durante dez anos na Petrobras, mas dele se beneficiou.

“As revelações de Marcelo Odebrecht comprovam que Dilma recebeu dinheiro do esquema criminoso que assaltou os cofres públicos do país. A cada dia surge um fato novo que desmente as versões da presidente afastada. A delação dá ainda mais força para o julgamento do impeachment no Senado e mostra para a população brasileira que Dilma não possui a mínima condição de reassumir o cargo”, afirmou Rubens Bueno.

Reportagem publicada na mais recente edição da revista IstoÉ revela trechos da delação do empreiteiro baiano, preso em Curitiba desde 19 de junho de 2015. De acordo com a publicação semanal, Marcelo Odebrecht revelou À força-tarefa da Lava-Jato que, entre o primeiro e o segundo turno da eleição de 2014, o tesoureiro da campanha de Dilma, o petista Edinho Silva, cobrou-lhe uma doação “por fora” no valor de R$ 12 milhões.


Desconfiado com o ousado pedido, o empreiteiro teria se recusado a fazer o pagamento de imediato e na sequência procurou a presidente da República, agora afastada. A revista afirma também que em encontro pessoal ambos teriam travado a seguinte conversa:

– Presidente, resolvi procurar a sra. para saber o seguinte: é mesmo para efetuar o pagamento exigido pelo Edinho?, perguntou Odebrecht.

– É para pagar, respondeu Dilma.

“Fica claro no diálogo que Dilma não só tinha conhecimento do esquema criminoso como ordenava pagamentos, a ponto de ser procurada por um dos líderes do cartel do Petrolão e, numa conversa digna da máfia, mandar repassar recursos para o caixa 2 de sua campanha. Ela não tem mais as mínimas condições de governar e deve ser punida, assim como outros envolvidos, pelos crimes que cometeu”, finalizou o líder do PPS.

Por questões óbvias a petista negou a denúncia, mas é importante salientar que Marcelo Odebrecht, após quase um ano de prisão e fracassadas tentativas de conseguir a liberdade provisória na Justiça, não tem outra saída, que não contar a verdade e facilitar os meios para comprovação da mesma.

Dilma sempre soube que um eventual acordo de delação premiada de Odebrecht teria efeito devastador, mas não esperava que isso acontecesse de forma inesperada e na fase final do processo de impeachment. No caso de ter seu impedimento confirmado pelo Senado, Dilma, de acordo com o que determina a lei, será julgada pelo juiz federal Sérgio Moro.

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