Lava-Jato: operador de propinas que abastecia contas de João Santana fecha acordo de delação

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O engenheiro Zwi Skornicki, réu na Operação Lava-Jato sob a acusação de intermediar propinas do esquema de corrupção que funcionou durante uma década na Petrobras, o Petrolão, assinou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF).

Skornicki está preso desde fevereiro e deve começar a prestar depoimentos aos procuradores da República nos próximos dias. Ao final dos depoimentos, a Justiça decidirá se homologa o acordo.

O engenheiro foi detido na 23ª fase da Lava-Jato, batizada de Operação Acarajé. Na mesma etapa foi preso o casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, responsáveis pelas campanhas presidenciais de Dilma Rousseff em 2010 e 2014. De acordo com o Ministério Público Federal, o marqueteiro recebeu US$ 4,5 milhões de Skornicki entre 2013 e 2014.

O novo delator da Lava-Jato é representante no Brasil do estaleiro Keppel Fels e, conforme os procuradores da República, foi citado por delatores do esquema como elo de pagamentos de propina.

Investigadores acreditam que a delação de Zwi Scornicki pode revelar se existe ligação entre os repasses do operador para João Santana e para a campanha presidencial petista de 2014. A situação de Dilma Rousseff, que não é das mais confortáveis, pelo contrário, deve piorar sobremaneira com as eventuais revelações do novo delator.


Segundo as investigações, o patrimônio de Zwi Skornicki aumentou 35 vezes em 10 anos. Informações obtidas pelo Jornal Nacional, da TV Globo, mostram que o patrimônio declarado do engenheiro passou de R$ 1,8 milhão para R$ 63 milhões no período.

Skornicki se tornou réu na Lava Jato em abril acusado de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Na denúncia apresentada à Justiça Federal do Paraná, o Ministério Público Federal afirmou que o engenheiro era responsável por repasses ao PT por meio do ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, preso desde 2015.

“Esses valores que eram repassados a Mônica Moura e João Santana eram deduzidos, eram contados como uma parcela da propina que deveria ser paga ao Partido dos Trabalhadores. A remessa dos valores era feita por orientação de João Vaccari, que era a pessoa que coordenava o repasse dos valores no interesse do Partido dos Trabalhadores”, afirmou à época Laura Tessler, procuradora da República e integrante da força-tarefa da Lava-Jato.

Com a delação premiada, a eventual pena de Zwi Skornicki poderá ser reduzida caso ele colabore de forma efetiva com a investigação que derrubou o maior esquema de corrupção do planeta.

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