No domingo (12), a seleção brasileira de futebol conseguiu a façanha de ser eliminada na primeira fase da Copa América Centenário, ao perder para o Peru por 1 a 0, em Foxborough (Massachusetts), e ficar em humilhante terceiro lugar no Grupo B, com apenas quatro pontos.
Não se pode negar que o gol peruano foi ilegal – as imagens não deixam dúvidas a respeito –, mas é inaceitável o fato de um selecionado, que acostumou-se à soberba, sofrer diante de um adversário supostamente mais fraco. Sendo assim, mesmo com o gol de mão do Peru, a seleção comandada pelo técnico Dunga mereceu a derrota, por conseguinte, a eliminação. Até porque, somente os incautos acreditaram na massacrante vitória brasileira sobre a seleção do Haiti.
A desclassificação deve representar a demissão de Carlos Caetano Bledorn Verri, o Dunga. Sua saída deve ser confirmada nos próximos dias pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero. Desta forma, o técnico nas próximas rodadas das Eliminatórias e nos Jogos Olímpicos do Rio será outro. Tite, do Corinthians, é cotado para assumir o cargo.
O jogo do domingo foi mais um vexame na história de uma seleção que em tempos outros experimentou a glória. Uma seleção que na Copa do Mundo em casa levou um 7 a 1 da Alemanha, e que nas duas últimas edições da Copa América não passou das quartas de final, não causa surpresa ao ser derrotada pelo Peru.
Dunga pagou o preço da indecisão, de não saber montar o time e de fazer opções erradas ao escalar e ao trocar a equipe. Não adianta reclamar dos seis cortes que foram feitos em relação à convocação inicial, aos problemas na preparação. Um time que só consegue ganhar do Haiti não tem desculpa.
O Brasil não saía na primeira fase de uma Copa América desde 1987. No domingo, como aconteceu na eliminação nas quartas de final da Copa da África do Sul, em 2010, o que se viu foi um Dunga passivo, incrédulo à beira do campo. Sem saber o que fazer com o time, como mudá-lo, o treinador aceitou o fiasco sem reagir ao domínio peruano no segundo tempo.
Mais uma vez, a seleção brasileira complicou-se diante de um time estruturado. O onze canarinho fez uma primeira etapa quase razoável, apesar da clara falta de objetividade. Contudo, o segundo tempo da partida foi sofrível, assim como sofrido para os amantes do esporte bretão.
Dunga, gazeteiro como sempre, cantou aos quatros cantos a tal evolução, mas os jogadores simplesmente não se encontraram em campo. A não ser contra adversários como os haitianos. Vade retro, Dunga!