O PMDB adversário de Roberto Requião está em festa com a denúncia do delator Luiz Antônio de Souza sobre o envolvimento do senador em um esquema de arrecadação de propinas a partir da Receita Estadual do Paraná. Informações levantadas pelos inimigos de Requião (são legiões) destacam que a denúncia é ainda mais grave do que parece.
O agravante é o fato que o outro envolvido na delação, o ex-secretário Heron Arzua (Fazenda), foi tesoureiro da maior parte das campanhas de Requião. “Não foi à toa ou por outro motivo que o pico de pressão subiu para 19: foram mexer com o tesoureiro das campanhas de Requião”, diz um desafeto do senador. Requião anunciou no Twitter, tentando parecer indignado e colher solidariedade, que ao saber da denúncia sua pressão explodiu.
Na última terça-feira (5), Roberto Requião e Arzua protocolaram conjuntamente queixa-crime por calúnia contra o delator Souza. Segundo o advogado e assessor de Requião, Luiz Fernando Delazari, as informações prestadas por Souza ao MP são falsas.
Luiz Antônio de Souza disse ao Gaeco que durante a gestão de Requião no governo do Estado os ‘acertos’ aconteciam não diretamente com os fiscais da Receita, mas no âmbito do conselho de contribuintes e recursos fiscais.
Segundo o delator, as empresas, após serem atuadas, podiam contratar serviços de advocacia de um escritório ligado a Heron Arzua, na época secretário da Fazenda. Com isso, obtinham vantagens no conselho, do qual participava uma filha de Arzua.
Esse episódio, mais uma rechear a enciclopédia de corrupção em que se transformou o Brasil, mostra que por aqui não se faz política sem muito dinheiro, sendo que na extensa maioria das vezes os recursos têm origem criminosa. É preciso dar um basta nessa situação que há séculos corrói o País, por isso é importante manter a cruzada pela assepsia da política nacional, tarefa que jamais terá fim.
