Operação Saqueador: Cavendish pode fazer acordo de delação e arrastar Sérgio Cabral

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Enquanto as autoridades fluminenses buscam uma solução para quitar a dívida de R$ 2,8 milhões com a empresa de tornezeleiras eletrônicas que suspendeu o fornecimento do equipamento, obrigando a Justiça a colocar na rua mais de 900 pessoas acusadas de crimes, o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, trocou de advogado.

Preso pela Polícia Federal na esteira da Operação Saqueador, juntamente com o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o empreiteiro é acusado de participar de esquema criminoso que desviou R$ 370 milhões dos cofres públicos.

Cavendish, até deixar o Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, era defendido pelo conceituado advogado Técio Lins e Silva, mas, diante dos acontecimentos e dos prováveis desdobramentos da Operação Saqueador, agora tem como defensor o criminalista Antonio Sérgio Pitombo. Muito além de uma mudança n comando da sua defesa, o empreiteiro optou pelo advogado que negociou o acordo de colaboração premiada de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.

Sobre a delação de Machado, o UCHO.INFO mantém a mesma opinião: o ex-dirigente da Transpetro tentou de chofre um acordo com o Ministério Público Federal, mas no rastro do insucesso saiu gravando alguns caciques peemedebistas, aos quais fez perguntas semelhantes, como se alguém tivesse preparado o questionário. Ademais, Machado não apresentou provas suficientes que garantissem a homologação célere – e inexplicável – do acordo de colaboração.

O grande enigma na seara de Fernando Cavendish atende pelo nome de Sérgio Cabral Filho, ex-governador do Rio de Janeiro e muito próximo do empreiteiro carioca. Nos últimos dias, o UCHO.INFO destacou em várias matérias indignação pelo fato de Cabral Filho não ter sido. Afinal, a prisão de Cavendish deveria ser um preâmbulo para a detenção do ex-governador.

Sérgio Cabral vem sendo acusado de cobrança de propinas por diversos delatores da Operação Lava-Jato e não será surpresa se seu nome aparecer nos eventuais depoimentos de colaboração premiada de Cavendish. Confirmada a informação de que o dono da Delta está realmente disposto a soltar o verbo, Cabral corre o sério risco de ter um encontro com Sérgio Moro, o juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba.

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