Reino Unido: Theresa May assume como primeira-ministra após renúncia de Cameron

(Dominic Lipinski - Pool Photo - AP)
(Dominic Lipinski – Pool Photo – AP)

A deputada britânica Theresa May, de 59 anos, é a nova primeira-ministra do Reino Unido. May assumiu o posto após a rainha Elizabeth II, chefe do Estado britânico, aceitar o pedido de renúncia de David Cameron, que deixou o cargo depois da vitória do Brexit.

Theresa May venceu a disputa interna do Partido Conservador e com isso será a segunda mulher a assumir o cargo de premiê, a primeira foi Margaret Thatcher, internacionalmente conhecida como a “Dama de Ferro”.

Reconhecida pelos colegas de parlamento como firme negociadora, May será responsável pela parte prática da saída do Reino Unido da União Europeia. A nova primeira-ministra trabalhou nos bastidores pelo Brexit, mas pública e oficialmente acompanhou Cameron.

Com mandato até 2020, Theresa May pretende seguir a linha do antecessor. “Eu planejo liderar no mesmo espirito de David Cameron”, afirmou May, logo após o encontro com a rainha.

Em declaração diante do número 10 da Downing Street, residência oficial do chefe de governo britânico, antes de seguir ao Palácio de Buckingham, David Cameron desejou a May sorte nas negociações para sacramentar a saída do Reino Unido da União Europeia.

Contrário ao Brexit, premiê demissionário afirmou que May fornecerá a liderança “forte” e “estável” que o país tanto precisa nesse momento. “Foi a honra da minha vida servir a nosso país como primeiro-ministro”, declarou Cameron ao lado da mulher, Samantha, e dos três filhos (Nancy, Florence e Arthur).


Na manhã desta quarta-feira (13), durante sua última participação na sessão na Câmara dos Comuns, Cameron aconselhou que o Reino Unido permaneça próximo da União Europeia. “Meu conselho para a minha sucessora, que é uma negociadora brilhante, é de que devemos tentar ficar o mais próximo da União Europeia, para termos os benefícios do comércio, da cooperação e da segurança”, declarou.

Questionado por um parlamentar sobre se cidadãos da UE poderão ter direitos de moradia revogados ou ser deportados quando o Reino Unido deixar o bloco econômico, Cameron disse que há “absolutamente nenhuma chance de isso acontecer”.

“A única circunstância que posso conceber um futuro governo tentando desfazer esta garantia, seria caso cidadãos britânicos em outros países europeus não tenham seus direitos respeitados. Então eu acho que é importante ter reciprocidade”, afirmou o ex-chefe do governo britânico.

Em relação à sugerida proximidade entre o Reino Unido e a União Europeia, essa situação interessa a ambas as partes. A indústria do Reino Unido não é das mais pujantes, o que obriga a importação de muitos produtos, enquanto que à União Europeia interessa o mercado britânico. É uma questão de acerto, algo que demandará tempo, mas os maiores prejudicados nesse rompimento serão os súditos de Elizabeth II.

No tocante à parte política, May terá de enfrentar movimentos separatistas existentes no Reino Unido e que ganharão força depois da aprovação do Brexit.

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