Reforço na segurança na Olimpíada após atentado em Nice é conversa fiada fora de hora

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Sem dúvida é impossível monitorar todos os potenciais terroristas existentes na França, mas o governo do país europeu mais uma vez mostrou-se negligente. Ciente de que em data comemorativa tão importante para os franceses, como 14 de Julho, alguma tentativa de ataque poderia ocorrer em qualquer parte, o governo errou ao não reforçar o esquema de segurança em locais de concentração de pessoas.

Diante do atentado perpetrado em Nice, na Riviera Francesa, e que deixou 84 mortos e 202 feridos, o governo brasileiro decidiu reforçar as medidas de segurança para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, como se a essa altura alguma medida mais drástica evitaria algo que possivelmente foi planejado com muita antecedência.

A questão do terrorismo não deve ser tratada como um movimento de pessoas que da noite para o dia decide ir à praia, por exemplo. Ações terroristas são planejadas com profissionalismo minucioso, frieza típica de criminoso, detalhes estratégicos e tempo de sobra. E não será a menos de três semanas da abertura da Olimpíada do Rio que um eventual ataque será evitado.

Há dias, autoridades francesas revelaram a preocupação com possível atentado contra a equipe olímpica do país europeu durante a Rio 2016. A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), por sua vez, informou que não sabia do assunto e que aguardaria maiores detalhes para a tomada de providências.

A informação do momento é que pelo menos cem pessoas, possivelmente simpatizantes de movimentos jihadistas, estariam sob monitoramento constante do serviço brasileiro de inteligência, em especial nas unidades sulistas da federação que fazem fronteira com outros países, mas a essa altura os potenciais terroristas não mais estão em seus locais de origem.


Há pelo menos dois fatos graves que devem ser considerados ao se analisar a possibilidade de atentados no Rio de Janeiro. A Força Nacional de Segurança, corporação federal que foi escalada para participar da segurança dos Jogos Olímpicos, precisou ser socorrida ao se deparar com ordens esdrúxulas do crime organizado e das milícias que dominam a capital fluminense e seu entorno. Ou seja, se terroristas já chegaram ao Rio, por certo estão sob a proteção dos barões do tráfico e de milicianos.

Em relação à ABIN, que em tese deveria se dedicar ao serviço de inteligência, pouco deve se esperar, pois o órgão foi incapaz de identificar os crimes cometidos pelo pedófilo Eduardo Gaievski, indicado pela senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) ao cargo de assessor especial da Casa Civil à época em que a petista comandou a pasta. Cabe à ABIN o dever de promover uma devassa na vida dos nomeados a cargos de confiança na estrutura do governo federal. Em suma, se um pedófilo deu um drible na arapongagem verde-loura, que dirá um bando de terroristas, lobos solitários ou não.

Ademais, outro fator de ser levado em conta no caso em questão. Nos estados do Sul do País há várias cidades lindeiras, as quais permitem passar de um país ao outro cruzando uma reles e desprotegida avenida. Esse não é um privilégio do Brasil, pois em muitos países da Europa muda-se de um país para outro a bordo de ônibus urbanos, sem que alguém questione o que a pessoa está a fazer. Basta pagar a passagem e nada mais.

Se autoridades policiais demoraram anos a fio para descobrir que o contrabando de cigarro acontecia através dos rios da Bacia do Paraná, não é difícil imaginar quando os possíveis terroristas serão descobertos.

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